Já registramos aqui que os dois partidos que têm mais se movimentado, crescido e que vêm reunindo as melhores perspectivas eleitorais, tanto no pleito deste ano quanto para as eleições de 2026, são o PL, do governador Jorginho Mello; e o PSD, de João Rodrigues, Julio Garcia e Eron Giordani.
O PP, que lá na origem era o PDS, vai fazer sua eleição nos moldes do que tem acontecido neste século, devendo eleger entre 40 e 50 prefeitos. O PL surge como um fato novo e aí ocupa espaços dos próprios progressistas, dos tucanos do PSDB, partido ao qual o governador já foi filiado e avança, ainda, na direção do MDB.
Partido que também será acossado por candidaturas do PSD. É do jogo. O Manda Brasa é, de longe, o partido com a estrutura mais exuberante do estado.
Já há mais de duas décadas a sigla não baixa de 100 prefeituras conquistadas, ou um terço dos cargos municipais em Santa Catarina. É a única legenda presente nos 295 municípios.
Capilaridade
Ultimamente, o partido se especializou em vencer eleições nos pequenos e médios municípios. Nesse pleito, não deve ser diferente.
Potência
O MDB deve manter Jaraguá do Sul, com o prefeito Jair Franzner que é favoritíssimo a conquistar mais um mandato.
Aposta
Os emedebistas também têm a aposta em Itajaí, com Carlos Chiodini, que transferiu domicílio eleitoral justamente de Jaraguá do Sul para a cidade peixeira.
Tripé
Até porque das três principais lideranças do MDB hoje, duas são de Jaraguá: o deputado estadual Antídio Lunelli e o federal Carlos Chiodini, que preside a seção estadual do partido. A terceira figura proeminente do MDB catarinense é o atual presidente da Assembleia, Mauro de Nadal, que representa o Grande Oeste. Ao fim e ao cabo, o MDB é a noiva mais cobiçada na política catarinense a esta altura do campeonato.
Futuro
Não apenas para as eleições municipais deste ano, como também com vistas às eleições gerais de 2026. Ano em que Jorginho Mello vai tentar a reeleição e o PSD tentará fazer o contraponto ao PL.
Dupla
São dois nomes pessedistas: João Rodrigues, favorito para a reeleição em Chapecó; e Clésio Salvaro, que aposta seu forte cacife político e eleitoral no pupilo Arleu da Silveira em Criciúma. Essa realidade estadual em construção para 2026, passará diretamente por outubro deste ano. As eleições municipais serão determinantes para a consolidação do quadro catarinense. Os sinais são claros e apontam para um possível embate direto entre PL e PSD em 2026.
Teto vermelho
O PT, todos sabem, tem teto em todos os municípios. Baliza que geralmente não passa dos 30% do eleitorado.
Incógnita
E o Partido Novo? Ainda é muito embrionário, como legenda. Verdade que administra a maior cidade de Santa Catarina, Joinville. Mas o próprio prefeito Adriano Silva ainda é muito cru politicamente falando.
Embocadura
O deputado federal Gilson Marques é um dos nomes do Novo que vem se destacando, inclusive em Brasília. Articulado e atuante, mas ainda não está no ponto em que poderia pensar seriamente em liderar um projeto estadualizado.
Com relação a Chapecó, João Rodrigues, também pessedista, pode e buscará certamente a reeleição. Qual seria o motivo para Jorginho eleger estes dois municípios como “questão de honra” para o PL nas eleições deste ano?
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Simples. Porque os dois únicos nomes de que o PSD dispõe como opções para chapa majoritária em 2026 são justamente Salvaro e Rodrigues.
Aliás, coincidentemente, foram os dois prefeitos que se articularam lá em 2022, especialmente por iniciativa de João Rodrigues, e tentaram passar uma rasteira em Jorginho Mello.
Puro sangue
O então senador era pré-candidato ao governo e não havia conseguido nenhum partido para apoiá-lo ou mesmo um partido sequer com o qual o seu PL poderia ter como aliado. Tanto é que o hoje governador disputou o pleito em chapa pura.
Costurando
Lá atrás, João Rodrigues convenceu Salvaro a formar chapa. O sulista seria candidato a vice-governador. O oestino imaginou, ainda, que traria o empresário Luciano Hang para o Senado e o tripé teria o respaldo de Jair Bolsonaro. À época, o empresário brusquense era um dos principais interlocutores do ex-presidente.
Morreu na casca
Só que Luciano Hang acabou desistindo e a estratégia do PSD derreteu. Consequentemente, eles tiveram que buscar outra alternativa. O PSD apoiou a candidatura ao governo de Gean Loureiro, filiado ao União Brasil e que renunciou à Prefeitura de Florianópolis, indicando o candidato a vice, Eron Giordani.
Ex
A chapa contou ainda com a candidatura ao Senado do ex-governador Raimundo Colombo. E agora? Vão repetir a articulação de 2022 com Rodrigues e Salvaro olhando para 2026?
Na raiz
A estratégia de Jorginho Mello é cortar de cima para baixo. Tentar eleger o prefeito de Criciúma e, na pior das hipóteses, lançar um candidato forte, de direita, conservador em Chapecó.
Esquerda
Mesmo que não ganhe a eleição, como a disputa é em turno único na capital do Grande Oeste, dividiria o eleitorado e o PT, que tem seus 30% dos votos cativos, poderia, correndo por fora, reconquistar a Prefeitura de Chapecó.
Guidi no Sul
Em Criciúma, o nome preferencial do governador é o secretário de Meio Ambiente e Economia Verde, o deputado federal licenciado, Ricardo Guidi.
Sem negócio
Tanto o governador como Guidi, sabem muito bem que Gilberto Kassab não vai abrir mão do mandato do sulista, uma vez ele trocando de sigla, filiando-se ao PL para concorrer contra o PSD de Kassab no maior município do Sul.
Peso
Primeiro porque com um deputado federal a menos na Câmara, o PSD se desfalca na hora de compor comissões técnicas na Casa e uma série de outras situações.
Rota de colisão
Segundo aspecto, também fundamental. Kassab não pode se posicionar contra o comando do PSD estadual. A Prefeitura de Criciúma é estratégica para os pessedistas locais.
Decisão
Se, efetivamente, Ricardo Guidi deseja concorrer em Criciúma, ele terá que sair do PSD e filiar-se ao PL. Ele já tem a garantia da candidatura. E correr o risco de perder o mandato.
Hipótese
Também existe a possibilidade de Ricardo Guidi conseguir comprovar que foi vítima de perseguição interna no PSD e manter o seu mandato de federal.
Mas é líquido e certo que o PSD vai reivindicar o mandato dele, pela via Judicial, em caso de troca de partido.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.