Mais de R$ 5 milhões foram desviados por grupo criminoso que comprava créditos judiciais de idosos por valores irrisório
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), com apoio da Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo, deflagrou a Operação "Entre Lobos" nesta terça-feira, 22 de julho.
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A operação visa desarticular uma organização criminosa interestadual especializada em estelionato contra idosos e pessoas vulneráveis, além de patrocínio infiel e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos 13 mandados de prisão (8 preventivas e 5 temporárias) e 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia e Ceará.
Também foram realizadas 25 apreensões de veículos e 16 bloqueios de contas bancárias de 13 investigados e três empresas, totalizando até R$ 2 milhões por alvo.
A ação contou com a participação de 130 agentes do Gaeco de Santa Catarina, promotores de justiça e apoio das Polícias Militares e Gaecos dos estados envolvidos.
O esquema
A investigação, iniciada há quase um ano, revelou que a organização abordava predominantemente idosos e aposentados, oferecendo a propositura de ações revisionais de contratos bancários.
As vítimas eram ludibriadas a assinar contratos de cessão de créditos judiciais resultantes dessas ações para empresas de fachada do grupo, muitas vezes sem entender o processo.
A captação de clientes também ocorria via internet, utilizando o "Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP)" como fachada institucional para atrair vítimas nacionalmente.
As cessões de crédito eram firmadas por valores muito abaixo dos montantes reais a serem recebidos judicialmente. A idade média das vítimas era de 69 anos, e elas eram levadas a cartórios para reconhecimento de firma, buscando dar credibilidade à fraude.
Impacto
Até o momento, cerca de 215 vítimas foram identificadas, mas a estimativa é que mais de mil pessoas tenham sido lesadas em Santa Catarina e outros estados.
Em exemplos concretos, vítimas que tinham direito a receber valores como R$ 146.327,17, R$ 117.711,86 e R$ 115.660,20 receberam apenas R$ 2.500,00 ou R$ 2.000,00, representando uma ínfima porcentagem do valor devido (entre 1,71% e 2,12%).
Orientação às vítimas
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) orienta que as pessoas que se identificarem como vítimas procurem a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência, que será encaminhado ao MPSC.
Também é possível contatar a Ouvidoria do Ministério Público ou a Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo. A manifestação das vítimas é crucial para dimensionar a extensão dos crimes e garantir a reparação dos danos.
Contatos
- Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo: WhatsApp (49) 99200-7462
- Ouvidoria do MPSC: E-mail ouvidoria@mpsc.mp.br / Telefone (48) 3229-9306 ou 127 (das 9h30 às 19h)
- Delegacia de Polícia mais próxima