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Após a crise do rombo de R$ 20 bilhões no balanço das Americanas, muita gente pergunta se a empresa vai fechar. Na sexta-feira, houve uma decisão da Justiça que menciona uma potencial dívida de R$ 40 bilhões e aponta para um pedido de recuperação judicial.
Na quarta-feira, 11, a empresa anunciou "inconsistências" de R$ 20 bilhões no balanço. Na sexta-feira, 13, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª vara empresarial do Rio, concedeu uma medida de tutela de urgência cautelar, dando 30 dias para que a empresa possa decidir se vai pedir recuperação judicial.
Na decisão, o juiz informa que as Americanas alegaram o risco de seus credores pedirem o vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas. Para evitar a quebra da empresa, o juiz suspendeu essa possibilidade por 30 dias.
O que vai acontecer agora
É possível que as Americanas peçam recuperação judicial. Nessa situação, a empresa é autorizada pela Justiça a suspender o pagamento de dívidas. Mas para isso ela tem de apresentar um programa de recuperação financeira. Se o programa não for cumprido, sua falência pode ser decretada.
A empresa tem se reunido com credores para negociar alguma saída. Os acionistas de referência das Americanas -os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, sócios do 3G Capital- estariam dispostos a atuar na capitalização da empresa. Mas, a princípio, não fariam isso sozinhos.
Uma alternativa é que a empresa recorra a um follow-on, ou seja, uma nova oferta de ações. Em outras palavras, parte da empresa seria vendida para arrecadar capital. Mas, para dar certo, o mercado precisa estar disposto a comprar essas ações em um cenário nada favorável para a empresa.
O modelo também pode não agradar aos atuais acionistas, que já tomaram um tombo com a queda de quase 80% da ação na quinta-feira, 12. No follow-on, os atuais investidores ou são diluídos (sua participação fica menor) ou precisam entrar com dinheiro para manter sua posição.
Se a captação de recursos não ocorrer conforme o esperado, o cenário fica mais nebuloso. Dentre as possibilidades, estão a consolidação, ou seja, a venda ou fusão com outra empresa, a renegociação com os credores e a recuperação judicial. Dada a dificuldade de captar dinheiro via outras fontes, a companhia pode estar tentando obter recursos dos acionistas-chave.
Fonte: Uol