Comitê norueguês reconheceu a coragem da líder venezuelana na defesa da democracia e dos direitos humanos em meio à repressão do regime Maduro
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira, 10 de outubro, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O Comitê Norueguês do Nobel destacou seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e na luta por uma transição pacífica da ditadura para a democracia”.
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Segundo o presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, Machado foi essencial para unificar uma oposição antes fragmentada, inspirando milhões de venezuelanos mesmo sob ameaças e perseguição. “Apesar das sérias ameaças à sua vida, ela escolheu permanecer na Venezuela — uma decisão que inspira o mundo”, afirmou Frydnes.
Machado foi impedida pelo regime de Nicolás Maduro de disputar as eleições presidenciais de 2024, e desde então vive na clandestinidade. Sua candidatura foi substituída pelo diplomata Edmundo González Urrutia, posteriormente exilado. O pleito, marcado por fraudes e repressão, deixou mais de 20 mortos e agravou o isolamento internacional do governo venezuelano.
O comitê ainda avalia se a premiada poderá comparecer à cerimônia em Oslo, prevista para dezembro, por razões de segurança.
A escolha frustrou as expectativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fazia campanha pública pelo prêmio e chegou a afirmar que seria “um desrespeito aos EUA” se não fosse laureado. Questionado sobre as pressões, Frydnes respondeu que o comitê “não se deixa influenciar por campanhas políticas”.
Criado em 1901, o Prêmio Nobel da Paz é concedido a pessoas ou organizações que promovem a paz e os direitos humanos. Em 2024, a vencedora foi a ativista iraniana Narges Mohammadi, presa por lutar contra a opressão das mulheres no Irã.
Machado se junta agora à lista de personalidades históricas que simbolizam resistência, coragem e defesa da liberdade — valores centrais que o prêmio busca homenagear há mais de um século.