Substâncias foram identificadas em comprimidos de ecstasy e cigarros eletrônicos durante apreensão
A Polícia Científica de Santa Catarina (PCSC) identificou pela primeira vez no Brasil duas substâncias psicoativas sintéticas inéditas no contexto forense. A descoberta ocorreu no Norte do estado, em Joinville, durante a análise de uma apreensão que envolveu milhares de itens, entre selos, comprimidos de ecstasy e cigarros eletrônicos.
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Um dos produtos que chamou a atenção dos peritos foram gomas comestíveis, apresentadas com apelo a efeitos “mágicos”. Após análise no Laboratório de Química Forense, foi confirmado que os itens continham 4-OH-DET e 4-AcO-DET, drogas nunca antes registradas no país.
Embora semelhantes a alucinógenos encontrados em plantas e fungos, como DMT e psilocina, ambos os compostos são produzidos artificialmente em laboratório.
O resultado da investigação foi comunicado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ao Sistema de Alerta Rápido sobre Drogas, conforme prevê o protocolo legal. Em consequência, as substâncias foram incluídas na lista de proibição no Brasil, por meio da resolução RDC nº 985, de 29 de julho de 2025.
A perita-geral da Polícia Científica, Andressa Boer Fronza, destacou a importância da atuação conjunta.
“A identificação precoce dessas novas drogas evidencia a importância da perícia criminal não apenas para a investigação policial, mas também para a saúde pública”, explicou.
Segundo ela, a parceria com órgãos reguladores garantiu agilidade.
“Essa atuação integrada permitiu que a Anvisa agisse rapidamente, prevenindo riscos à população e reforçando o papel estratégico da Polícia Científica no combate às substâncias sintéticas”, completou.