Ex-presidente será ouvido às 14h e integra grupo de oito acusados por tentativa de golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro será ouvido nesta terça-feira, 10 de junho, às 14h, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo que apura a tentativa de Golpe de Estado associada aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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Bolsonaro integra o chamado “núcleo 1” da denúncia, junto a outros sete nomes ligados ao governo e às Forças Armadas.
A oitiva faz parte de uma série de depoimentos iniciados nesta segunda-feira, 9 de junho, pela Primeira Turma do STF. O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator premiado no caso.
Também estão entre os convocados:
Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
Apesar de tentar, através de seus advogados, suspender os interrogatórios, o pedido foi negado, e as oitivas foram mantidas.
Estratégia pública e provocação
Na véspera do depoimento, Bolsonaro adotou uma postura desafiadora. Durante evento do PL-Mulher, o ex-presidente convocou apoiadores para acompanharem o interrogatório, dizendo que “não vai lacrar”, mas que “valerá a pena assistir”. A fala tem sido interpretada como uma tentativa de mobilizar sua base e gerar comoção em torno do que chama de “perseguição” por parte da Justiça.
Na internet, Bolsonaro tem aparecido em clima de tranquilidade, mesmo diante do cerco judicial. Recentemente, realizou uma caminhada pública em São Paulo, em meio às investigações. A movimentação é vista por analistas como uma estratégia para sensibilizar eleitores e reforçar a narrativa de injustiça.
Além deste caso, Bolsonaro já foi ouvido na semana passada sobre a suposta ajuda financeira para manter seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos. Também foi chamado a depor sobre a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), envolvida em denúncias de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As investigações seguem sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes e integram o inquérito que apura tentativa de golpe e ataques à democracia. O depoimento do ex-presidente é considerado um dos pontos centrais da apuração.