Com críticas diretas ao Supremo, ex-presidente pressiona Congresso e tenta reforçar narrativa de perseguição política
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a ocupar as ruas nesta quarta-feira, 07 de maio, liderando uma manifestação em Brasília com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a aprovar a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
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Com duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ato reforçou o tom combativo de Bolsonaro, que voltou a se apresentar como protagonista da oposição.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o evento começou com uma caminhada da Torre de TV até o Congresso Nacional e reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo levantamento da USP.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que “anistia é um ato político e privativo do Parlamento” e disparou:
“Se o Congresso aprovar, ninguém tem que se meter em nada”, em referência direta ao STF. Em outro momento, questionou: “Como conseguem dormir em paz?”, ao criticar os julgamentos dos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Apesar do tom firme, o ato teve baixa adesão popular, muito aquém das grandes mobilizações que marcaram a trajetória recente do ex-presidente.
Parlamentares aliados cobraram do presidente da Câmara, Hugo Motta, que leve o projeto de anistia ao plenário, embora a proposta enfrente forte resistência no Senado, onde se discute uma alternativa de redução de penas.
O governo federal segue contrário a qualquer medida que beneficie os condenados. Ainda assim, Bolsonaro aproveitou o evento para fortalecer sua base e reforçar a narrativa de perseguição, afirmando que não deixará o Brasil e que continuará atuando ativamente no cenário político.