Produtos como madeira, motores e peças veiculares — base das exportações de SC — não estão na lista beneficiada pelos EUA
SC segue como um dos estados mais afetados pelo tarifaço - Foto: Reprodução O anúncio feito nesta quinta-feira, 20 de novembro, pelo governo dos Estados Unidos, retirando a tarifa adicional de 40% sobre alguns produtos brasileiros, não trouxe alívio para a indústria de Santa Catarina.
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A lista divulgada pela Casa Branca contempla itens como café, frutas tropicais, sucos, cacau, carnes e especiarias — mas deixa de fora as principais exportações catarinenses. O tarifação segue valendo para produtos como madeira semiprocessada, peças automotivas, motores elétricos, máquinas e equipamentos, que representam parte essencial da pauta de exportações do estado para o mercado norte-americano.
SC segue como um dos estados mais afetados pelo tarifaço
Os EUA são o principal destino das vendas externas catarinenses, especialmente para empresas do Planalto Norte, Alto Vale do Itajaí e Serra. Mesmo com as tarifas em vigor desde agosto, SC registrou alta de 5% nas exportações entre janeiro e setembro de 2025, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) avalia os impactos da decisão. O estado figura entre os cinco mais atingidos pelo tarifaço, sendo o mais prejudicado da região Sul. Em 2024, Santa Catarina foi responsável por 41% de toda a madeira brasileira exportada aos EUA — um dos segmentos não incluídos na redução anunciada.
Conversa entre Lula e Trump motivou a flexibilização parcial
A retirada do tarifaço sobre alguns produtos ocorreu após negociações iniciadas em uma ligação entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente Donald Trump, no dia 6 de outubro. Segundo a ordem executiva publicada ontem, ainda há discussões em andamento sobre barreiras comerciais impostas pelos EUA.
Ao saber da decisão, Lula gravou um vídeo ao lado do vice Geraldo Alckmin e do ministro da Fazenda Fernando Haddad, agradecendo parcialmente o gesto do governo norte-americano.
“Eu vou agradecer totalmente quando tudo estiver acordado entre nós”, disse o presidente.