Só agora vazou uma conversa de Jair Bolsonaro com João Rodrigues em 2023, em Brasília. O ex-presidente, já lambendo as feridas pela derrota eleitoral, e João Rodrigues se preparando para a reeleição do ano passado.
Vale lembrar que João e Bolsonaro foram deputados juntos em Brasília, sempre tricotando com muita desenvoltura. Naquela oportunidade, Jair Bolsonaro propôs a João Rodrigues que viesse para o PL, desfiliando-se do PSD, partido que tem três ministérios neste desastre mundial sob Lula III, para fazer uma dobradinha com Jorginho Mello em 2026.
Evidentemente, o atual governador, ao natural, concorrendo à reeleição, e ele, João Rodrigues, a uma vaga ao Senado. Mas alistado nas fileiras do Partido Liberal.
Um contexto em que o chapecoense nascido em Nonoai teria a perspectiva de vir a ser o nome ao governo em 2030. Essa conversa foi presenciada pelo atual senador Jorge Seif. A resposta de João Rodrigues?
Nada feito
“Não, eu continuo no PSD e lá na frente, diante do enfraquecimento político de Jorginho Mello”, que, na visão de Rodrigues, tinha tudo para realizar uma administração frustrante, “eu concorro ao governo, mas pelo PSD.”
Cheio de si
Foi uma reação cheia de autoconfiança de João Rodrigues, e que hoje deixa Jair Bolsonaro sem compromisso maior com ele. Lavou as mãos.
Câmara Alta
Até porque, já a partir de 2023, o ex-presidente começou aquele discurso de eleição do maior número possível de senadores. Desde que filiados ao PL e com alguns aliados do Republicanos aqui, do PP ali, mas, sobretudo, do PL.
Recado
Bolsonaro, inclusive, recentemente, na Paulista, falou, mesmo inelegível, mesmo não disputando a Presidência: “Me deem 50% da Câmara e do Senado, que, a partir de 2027, faremos as mudanças.”
Adversário
Como João ficou na dele e hoje se apresenta como pré-candidato concorrente de Jorginho, que pilota o PL catarinense, Jair Bolsonaro recorreu ao próprio filho, Carlos, para disputar em Santa Catarina.
Perseguição
Só que, tudo leva a crer que tanto Carlos quanto Eduardo, filhos 02 e 03, respectivamente, no andamento dos inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal, estarão inelegíveis.
Na outra ponta, João Rodrigues hoje está num projeto absolutamente solo. Isolamento absoluto. Nem o PSD inteiro ele tem.
Partidos
O Podemos está praticamente fechado com o governador. A legenda, comandada por Paulinha da Silva, já foi para o lado de Jorginho Mello. O Republicanos é aliado de primeira hora, o MDB e o PP também. Este último entra no contexto da federação com a União Brasil, batizada de União Progressista. O PSDB vai a reboque.
Rachado
Observa-se o enorme contraste. João Rodrigues, reitere-se, não tem sequer o PSD inteiro. Porque se o PSD não for para o lado de Jorginho, o prefeito da principal cidade administrada pelos pessedistas, Topázio Silveira Neto, de Florianópolis, ou vai para o MDB ou vai para o Republicanos, podendo ou não compor chapa com Jorginho Mello na disputa sucessória estadual como vice.
Claudicando
Mas a situação é para lá de periclitante para João Rodrigues, que, depois da gravação de um vídeo no domingo retrasado, atacando jornalistas, o governo e tantos outros, desapareceu, sumiu, escafedeu-se, submergiu. A repercussão foi péssima e ele saiu do ar. Está há dez dias sem dar uma declaração ou fazer um movimento político.
Fora do ar
Até da prefeitura de Chapecó ele se licenciou. Pelo visto, a sua estratégia de sair com dois anos de antecedência como pré-candidato pode estar fadando o seu projeto ao fracasso absoluto. Erro de cálculo que poderá custar muito caro ao pessedista.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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