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Nadando de braçadas

Por Cláudio Prisco Paraíso
18/12/2025 - 08h13

O Instituto Mapa realizou amplo levantamento sobre a sucessão ao governo do Estado em 2026. Foram pesquisas realizadas ao longo da primeira quinzena de dezembro, em 53 dos 295 municípios catarinenses, com confiabilidade na casa dos 95%.

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Vamos começar pelo levantamento espontâneo, aquele em que o consultado, o eleitor em potencial, apresenta os nomes sem nenhum estímulo, com base exclusivamente na sua lembrança.

Nesse cenário, praticamente só há um candidato presente na memória do catarinense: o governador Jorginho Mello, com mais de 30%. Em segundo e terceiro aparecem João Rodrigues e Décio Lima, ambos na casa do dígito único. O pessedista João alcança pouco mais de 6 pontos percentuais. Já o petista Décio, que disputou o governo em duas oportunidades, passa um pouco dos dois pontos.

No cenário estimulado, o que se observa? Jorginho vai a 56%. João Rodrigues fica com 17% e Décio Lima chega a 10%.

Claudicantes

Claro que outras candidaturas poderão surgir. Ou, ainda, esses dois nomes — João e Décio — podem eventualmente ser substituídos. Mas a folga para que a eleição seja liquidada pelo atual governador no primeiro turno é significativa.

Guinada?

Portanto, trata-se de uma eleição em que muita coisa precisará acontecer em Santa Catarina para que haja segundo turno. Hipoteticamente, o instituto projeta um cenário entre Jorginho Mello e João Rodrigues no segundo turno. A vantagem é muito expressiva para o governador, com placar de 58% a 21%.

Aham

João Rodrigues conta com a possibilidade de a esquerda lhe dar respaldo no segundo turno. Contudo, ele é tão à direita quanto Jorginho Mello, e as coisas, nas urnas, não funcionam assim.

Refrescando

Basta observar as eleições de 2018, quando chegaram ao segundo turno dois nomes conservadores: Carlos Moisés da Silva, a surpresa, e Gelson Merisio, do PSD. O pessedista chegou ao segundo turno com pequena vantagem sobre o então ilustre desconhecido.

Redução

O que ocorreu no segundo turno? Um resultado próximo de 70% a 30%. Gelson Merisio fez, no segundo turno, cerca de 50 mil votos a menos do que no primeiro. Ou seja, não levou os votos da esquerda.

Modus operandi

Em disputas desse tipo, eleitores de esquerda costumam anular o voto, votar em branco ou simplesmente não comparecer. Simples assim. Não votam em quem não integra o seu campo ideológico.

Natural

Voltando à pesquisa do Mapa, quando se observa a rejeição, a liderança absoluta é, evidentemente, de Décio Lima, com mais de 50%. Mais da metade do eleitorado o rejeita de imediato.

Cai fora

É por isso que ele não deseja ser candidato pela terceira vez consecutiva ao governo e tenta se inserir na disputa ao Senado, apostando no segundo voto para beliscar a vaga.

Aleluia

Não por acaso, Santa Catarina é um dos estados mais avessos à esquerda no país. Nunca foi governado por esse campo político, e Décio não quer amargar uma terceira derrota consecutiva.

Pulverização

O aliado de Lula enxerga alguma perspectiva — ainda que remota — caso haja pulverização de candidaturas conservadoras ao Senado. Com muitos nomes disputando, ele poderia ter chance no segundo voto.

Margem

Mesmo completando o terceiro ano de governo, a rejeição a Jorginho Mello é baixa. A de João Rodrigues também é pequena, embora ele ainda seja pouco conhecido fora de seu reduto, Chapecó, já que nunca disputou uma majoritária estadual.

Liquidação

O quadro geral aponta, de forma clara, para a reeleição de Jorginho Mello — e no primeiro turno.

Desespero

A pesquisa reforça a estratégia da esquerda de buscar um nome conservador para a disputa ao governo, tentando assim alcançar um percentual mais significativo que ajude também na eleição da chapa proporcional para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa.

Camaleão

O nome que vem sendo sondado é o do ex-senador, ex-deputado federal e estadual e ex-vice-governador Paulo Bauer, que já passou pelo PDS, PFL e PSDB, e que agora poderia dar um cavalo de pau, saindo da centro-direita para filiar-se a um partido de esquerda, o PSB — Partido Socialista Brasileiro.

Enquanto 01 patina, Tarcísio se posiciona no tabuleiro

Por Cláudio Prisco Paraíso
17/12/2025 - 07h24

Enganam-se redondamente aqueles que imaginam que o processo sucessório presidencial já está definitivamente delineado. Ledo engano. Muita coisa vai acontecer até 4 de abril, prazo fatal da desincompatibilização, que é, também, quando expira o prazo das transferências partidárias.

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Vejamos o movimento de Jair Bolsonaro indicando o primogênito, Flávio, como seu sucessor e candidato à Presidência. Qual foi a repercussão? Próxima de zero. Ele conseguiu reunir-se com os presidentes do PP e do União Brasil, que hoje formam a Federação Progressista, respectivamente Ciro Nogueira e Antônio Rueda. Ambos se manifestaram céticos com a pretensão eleitoral.

Marcos Pereira, do Republicanos, nem compareceu. Gilberto Kassab, do PSD, desejou boa sorte ao senador carioca. Baleia Rossi, do MDB, e Aécio Neves, do PSDB, sequer se pronunciaram, ignorando olimpicamente a pré-candidatura.

Novo momento

Na sequência, veio a manifestação de Donald Trump, que retirou as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, sua esposa e o escritório de advocacia da família, com a sinalização do governo americano de também liberar os vistos dos ministros do STF e de autoridades do governo federal. Já registramos aqui que a decisão do norte-americano ocorre porque ele prioriza a questão econômica. Simples assim.

Golpe

A política e a ideologia ficam em segundo plano. Isso enfraquece o projeto de Flávio Bolsonaro. O pai, fora de combate, convalescendo na carceragem da Polícia Federal, deve ser submetido a uma nova intervenção cirúrgica a qualquer momento. Debilitado, enfraquecido, não vai apitar no processo.

Isolamento

O encaminhamento de Donald Trump também tirou força de Eduardo Bolsonaro, que está desde fevereiro nos Estados Unidos. Observa-se, então, que Flávio Bolsonaro não terá como levar esse projeto adiante. Até porque os outros três presidenciáveis, além de Tarcísio de Freitas — que é o mais forte —, já acenaram para o governador de São Paulo: Ronaldo Caiado, de Goiás; Romeu Zema, de Minas Gerais; e Ratinho Júnior, do Paraná.

Fiel da balança

Sem falar no Centrão, que ocupa espaços preciosos no Congresso Nacional, no Senado e, especialmente, na Câmara. E na própria Faria Lima, que reúne parcela significativa do PIB nacional e a nata do sistema financeiro brasileiro. Todos empenhados em viabilizar a candidatura de Tarcísio de Freitas, com reais perspectivas de derrotar a recandidatura de Lula da Silva.

Recado

Cenário que ficou patenteado na última sexta-feira, em um evento em São Paulo, onde, diante do próprio Lula, Tarcísio, em um discurso tranquilo, sereno, mas assertivo — ao mesmo tempo corajoso e leve —, deixou claro que o brasileiro não quer mais a polarização.

A chave

“Temos que virar a chave”, declarou o governador paulista. E olhar para a frente, para o futuro. Disse isso diante do presidente da República, de um Lula visivelmente sem graça ante a fala mansa, mas certeira, de Tarcísio de Freitas. Ainda há cerca de 100 dias pela frente, e tudo leva a crer que Tarcísio vai se viabilizar como candidato.

Sem chance

Flávio Bolsonaro não terá condições de sustentar a sua pré-candidatura, sob pena de passar um vexame eleitoral que só vai comprometer ainda mais a imagem do seu pai, hoje fora de combate.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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