Todo mundo sabe que Joinville é a maior cidade de Santa Catarina. Não apenas sob o aspecto econômico, mas também populacional e eleitoral. Em apenas dois estados da federação a capital não é a maior cidade: Florianópolis, em Santa Catarina; e Vitória, no Espírito Santo.
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Fazemos essa abordagem porque, naturalmente, a entrada de um personagem político na sucessão de 2026 no território catarinense poderia provocar uma alteração no cenário — não propriamente uma reviravolta. Adriano Silva, jovem empresário bem-sucedido, filiou-se ao Novo e surgiu como uma grande novidade, ganhando a eleição em 2020. Faz uma gestão exitosa porque é competente. Isso o fez obter uma reeleição com quase 80% dos votos. Uma marca difícil de se alcançar em Joinville. Foi uma façanha inédita. O governador Jorginho Mello, ao perceber sua capacidade enquanto gestor, tratou de se aproximar de Adriano Silva e tem contemplado a cidade com uma série de obras, investimentos, benfeitorias e volumosos recursos. O prefeito reconhece a ação do governador nesse contexto.
Meta
Adriano Silva sempre deixou clara a intenção de completar o mandato e deu várias declarações de simpatia em relação ao projeto de reeleição de Jorginho Mello. Não é de hoje, também, que vem sendo pressionado por lideranças do Novo para renunciar, se desincompatibilizar até 4 de abril e disputar o governo do estado. Nas últimas semanas, há especulações de que ele estaria avaliando concretamente essa possibilidade.
Fumaça
Na avaliação da coluna, isso tudo não passa de um balão de ensaio para aqueles que procuram cada vez mais encurralar Adriano Silva a assumir essa condição. Ele ainda é muito novo no contexto das atividades políticas e eleitorais.
Apoio
O prefeito gostaria de completar os oito anos no comando da cidade elegendo a sucessora, sua vice-prefeita Rejane Gambin, que será respaldada por ele em 2026 à Câmara Federal. Elegendo-se ou não, ela seria um nome natural em 2028.
Projeção
É importante observar que o prefeito tem alguma perspectiva eleitoral estadual lá para 2030. Até porque o tempo não conspira contra ele. Afinal de contas, poderia ou não renunciar? Claro que pode.
Palanque
A coluna, contudo, só vê uma motivação nacional para isso: se Romeu Zema concorrer à Presidência da República pelo Novo. Nesse caso, Adriano Silva ficaria na obrigação de oferecer palanque ao mineiro. Tal possibilidade, contudo, é remota.
Opção
Tudo leva a crer que o governador mineiro acabará compondo como vice. Seja de Tarcísio de Freitas, seja de Ratinho Júnior, ou mesmo de outra candidatura pela direita. Ele é o nome perfeito para a posição de vice.
Discurso
Mas, claro, Zema se apresenta como pré-candidato à Presidência. Na eventualidade de concorrer e Adriano sair para a disputa, como esse cenário poderia mexer no contexto sucessório estadual? Considerando-se que ele nunca admitiu candidatura e já aparece em pesquisas com quase dois pontos percentuais, é evidente que uma candidatura do joinvilense poderia abrir perspectiva de segundo turno.
Dupla
Considerando-se que o PSD também tem o nome de João Rodrigues ou de Raimundo Colombo na disputa, como hipótese de candidatura ao governo, teríamos o projeto do Novo com mais um nome no tabuleiro. Inclusive para ser uma alternativa nesse espectro político de direita, levando em consideração que a pré-candidatura de João Rodrigues não conseguiu se viabilizar.
Composição?
É uma realidade que poderia levar o Novo a um entendimento com o PSD, com João Rodrigues ou Raimundo Colombo concorrendo ao Senado.
A família Bolsonaro está sendo perseguida pelo Supremo Tribunal Federal? Fato ou versão especulatória? Vamos aos fatos. Jair Bolsonaro está recolhido à carceragem da Polícia Federal, com uma pena superior a 27 anos, por ter patrocinado um golpe de Estado. Estamos até hoje querendo encontrá-lo, o tal golpe de 8 de janeiro.
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Mas o ex-presidente já havia sido condenado no Tribunal Superior Eleitoral. Portanto, somando as penas, ele está inelegível até 2060. Estamos falando em 35 anos. Como ele tem 70, teria que bater nos três dígitos e ser candidato centenário para voltar a disputar eleições no Brasil. Sem sombra de dúvidas, Bolsonaro é um sujeito de altíssima periculosidade, um dos mais perigosos deste país — não é mesmo? Ele recebeu essas penas dos mesmos juízes que soltam, a torto e a direito, bandidos da pior espécie, como traficantes e corruptos confessos.
Logo na sequência das penas impostas a Bolsonaro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade — sempre por ele, Alexandre de Moraes — resolveu transformar Eduardo Bolsonaro, deputado que se encontra desde o início do ano nos Estados Unidos, em réu.
Além-mar
O parlamentar é acusado de trabalhar, nos Estados Unidos, contra magistrados e autoridades brasileiras. Nosso país está sancionado por tarifas e tem autoridades sancionadas das mais variadas formas.
Bola da vez
E agora, como o primogênito Flávio, senador pelo Rio, transformou-se no porta-voz e interlocutor de Jair Bolsonaro, já entrou no radar do Supremo para ser igualmente alcançado pelas garras de Alexandre de Moraes. Ou seja, o regime já tornou o pai inelegível e quer que os outros dois também se tornem inabilitados a participar das urnas. Tudo democraticamente e absolutamente dentro da lei (ironia, é óbvio, caro leitor).
Mais dois
Para fechar o cerco, é preciso alcançar também o vereador carioca Carlos Bolsonaro e o vereador por Balneário Camboriú, Jair Renan. De forma cínica e desavergonhada, ainda tem gente achando que o Supremo Tribunal está apenas cumprindo suas obrigações. Que a perseguição contra a família Bolsonaro não passa de discurso político.
Sem argumentos
Mas os fatos aqui estão. Fica mais do que caracterizado que o objetivo é exterminar a família Bolsonaro — e não estamos entrando no mérito se seus integrantes são bons ou maus políticos.
O vingador
Cristalino é que os quatro anos de Bolsonaro à frente da Presidência da República foram suficientes para que Alexandre de Moraes jurasse vingança.
Respaldo
E o mais grave: quase a totalidade dos integrantes do Supremo vai na mesma balada. Raríssimas exceções, como Luiz Fux aqui ou ali; André Mendonça e Nunes Marques, de maneira mais tímida. Os últimos dois foram indicados por Jair Bolsonaro, mas encontramos, à luz do dia, um Supremo Tribunal Federal totalmente aparelhado, parcial, tendencioso, capcioso.
Linha
E assim tem sido desde 2022, quando as supremas togas resolveram tirar Lula da Silva da prisão e colocá-lo na Presidência da República, anulando suas condenações por filigranas jurídicas, reabilitando seus direitos políticos e o ajudando, via Justiça Eleitoral, sob a coordenação de Alexandre de Moraes, para que a deidade vermelha suplantasse Bolsonaro na reeleição.
Mordaça
Ao então presidente, nada era possível. Em compensação, ao ex-presidente — hoje no exercício do cargo — tudo era permitido. Bolsonaro não podia dizer nada; o TSE barrava tudo, inclusive verdades e realidades em relação a Lula. Já Lula podia atacar Bolsonaro da maneira que bem entendesse. E o TSE nada dizia.
Justiça
Ou seja, está muito claro que nós temos uma justiça atrelada a um esquema de poder, a uma tendência ideológica, a uma facção partidária. Portanto, uma justiça que não realiza justiça. Uma justiça que precisa ser contida. Uma justiça assim mesmo, com “j” minúsculo.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.