Pelo visto, Jair Bolsonaro não aprendeu com os erros do segundo turno. O PL disputou em nove capitais. Perdeu em sete e só ganhou nas duas menos representativas.
Isso porque partiu para uma queda-de-braço contra aliados como Ratinho Júnior, governador reeleito no Paraná, na disputa pela capital Curitiba. Ali, inclusive, Jair Bolsonaro indicou um correligionário, Paulo Martins, de vice, mas deu um cavalo de pau e resolveu fechar com a jornalista Cristina Graeml.
Em Goiânia, outro parceiro, Ronaldo Caiado, igualmente reeleito em Goiás, conseguiu fazer prevalecer o seu candidato.
Duas derrotas desnecessárias em relação a dois governadores que o apoiaram lá em 2018, quando inclusive se elegeram governadores do Paraná e de Goiás.
Depois, também estiveram com Jair Bolsonaro na sua gestão à frente da Presidência da República. Em 2022, se reelegeram e, igualmente, estiveram com Jair Bolsonaro, que foi derrotado nas unas por Lula da Silva.
Na contramão
Agora, mais do que nunca, era a hora de buscá-los, procurá-los para encontrar convergências nas candidaturas. Mas o caudilho partiu para o enfrentamento. E deu no que deu. Não bastasse essa derrapada, Bolsonaro agora parte para um outro deslize.
Pinus elliotti
Em entrevista, semana passada, à Revista Veja, o ex-presidente declarou em alto bom som: “O candidato sou eu, e apenas eu.” Ele estava se referindo à disputa presidencial de 2026, quando Caiado já se apresentou como pré-candidato. Ratinho Júnior examina a possibilidade.
Vice
Romeu Zema, que também está no segundo mandato em Minas Gerais, é um nome que até se oferece para compor de vice. E todos sabem que a preferência de Bolsonaro é por Tarcísio de Freitas, mas ele chega e diz que “o candidato sou eu.”
Locomotiva
Tarcísio de Freitas, que já estava inclinado em buscar a reeleição em 2026, à frente do maior estado brasileiro, mais do que nunca está focado nesse projeto.
Ledo engano
Evidentemente, Bolsonaro imagina que Tarcísio de Freitas vai dar uma de Fernando Haddad que, lá em 2018, sem mandato, na sombra, no sereno, se apresentou como vice de Lula da Silva, que estava preso.
Errou
Mas Lula estava apostando que seria libertado. Não foi. Haddad virou candidato. Tarcísio, hoje administrando São Paulo, vai se colocar como vice de Bolsonaro para de repente, ou muito provavelmente, assumir a candidatura à Presidência? Mas se viesse a ocorrer alguma coisa?
Margem de segurança
Evidentemente que a sua declaração nos últimos dias, dizendo que vai permanecer no Republicanos, é a maior demonstração de que ele não vai embarcar nessa canoa furada.
Nome
Ele se posicionando como candidato à reeleição, confirmada a inelegibilidade de Bolsonaro, quem Bolsonaro vai apoiar? Certamente não vai ser Caiado. Sobretudo depois de tudo que o ex-presidente falou de Caiado.
Câmara Alta
O PSD não deve lançar Ratinho Júnior. O paranaense deve concorrer ao Senado. Já Romeu Zema estava na expectativa de ser vice de Tarcísio, mas daqui a pouco pode compor chapa com Caiado.
Família
E quem Bolsonaro vai respaldar? Vai lançar a mulher Michelle, o primogênito Flávio; o filho do meio, o vereador Carlos Bolsonaro, da capital fluminense; ou o caçula Eduardo, deputado federal de São Paulo?
Plantar e colher
O fato é que Bolsonaro está plantando e semeando o que tem tudo para colher lá à frente, que é um desastre completo. Isso abre espaço, inclusive, para que o celerado Paulo Marçal venha daqui a pouco se apresentar como candidato pela direita. E não será surpresa se o abestalhado ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, vier a apoiá-lo.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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