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MDB mostra união e musculatura

Por Cláudio Prisco Paraíso
28/10/2025 - 08h21

O velho MDB de guerra, o Manda Brasa, voltou a dar o ar de sua graça. Indiscutivelmente, foi a concentração partidária mais significativa de Santa Catarina em 2025. Não apenas pelo número de presentes em Balneário Camboriú — aliás, expressivo, algo em torno de 6 mil pessoas — mas também pela representatividade dos que lá compareceram. É o MDB voltando a mostrar sua capilaridade e sua capacidade de mobilização, que são indiscutíveis.

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A legenda já não tem mais o maior número de prefeitos no estado — perdeu essa condição nas eleições municipais de 2024 para o PL. Ocorre, contudo, que nenhum partido em Santa Catarina está estruturado nos 295 municípios. Aliás, nunca nenhum partido esteve organizado em todo o estado, exceto o MDB. Mesmo perdendo consistência e tamanho, ainda é aquele partido que reúne a militância mais aguerrida. Basta uma olhada no retrospecto: de 1982 pra cá, com o restabelecimento das eleições diretas para os governos estaduais, o MDB elegeu três governadores pelo voto direto — sendo Luiz Henrique por dois mandatos.

Experimentado

Estamos falando de 16 anos de controle da máquina administrativa catarinense. O MDB governou por praticamente metade do período em que o catarinense voltou a escolher seus mandatários para governá-lo.

Tampões

Também é preciso levar em conta os períodos de mandato-tampão, com Casildo Maldaner sucedendo Pedro Ivo Campos ao final da década de 1980, e Eduardo Pinho Moreira assumindo a proa ao final do primeiro mandato de Luiz Henrique e ao término do segundo de Raimundo Colombo.

Massa de votos

O pessedista, não custa lembrar, foi eleito e reeleito no primeiro turno com apoio vigoroso do MDB, numa articulação bancada e patrocinada por Luiz Henrique da Silveira. Raimundo Colombo, que no primeiro mandato era democrata, no segundo já estava nas fileiras do PSD — mas foi eleito com o MDB.

Vinculação

O lageano só obteve vitórias majoritárias quando agregado a um projeto liderado pelo MDB. Foi duas vezes governador, em 2010 e 2014, e senador em 2006. Depois disso, tentou duas vezes o Senado, em 2018 e 2022, e restou derrotado — o que demonstra claramente a capacidade eleitoral do MDB, que fez vários senadores por Santa Catarina.

Nominata

Luiz Henrique, Casildo Maldaner, Jaison Barreto, Evelásio Vieira (o primeiro de todos), Dário Berger, Nelson Wedekin, Dirceu Carneiro e daí por diante. Além disso, o partido elegeu outros senadores com seu apoio, como os tucanos Paulo Bauer e Leonel Pavan.

Valorização

A coluna faz esse retrospecto para mostrar por que Jorginho Mello marcou presença no evento, deixando claro que o MDB estará com ele. Porque é um partido importante.

Liderança

Vale ressaltar o papel desempenhado, indiscutivelmente, pelo deputado federal e atual secretário da Agricultura de Jorginho Mello, Carlos Chiodini — que também é o presidente da legenda. Na prática, ele arejou o partido, deu novo impulso e mostrou que o MDB continua relevante.

Sinalização

Mais do que isso, Jorginho Mello o trouxe para o centro do palco em dois momentos do seu discurso de cinco minutos, não deixando dúvidas de que Chiodini tem tudo para ser seu companheiro de chapa ao governo do estado.

Questão nacional

Muito embora o presidente nacional do partido, Baleia Rossi, tenha dito que a convenção é que vai definir o rumo do MDB nacional — se o partido vai com uma candidatura ao centro (ele próprio declarou apoio a Tarcísio de Freitas, do Republicanos) ou se vai indicar o vice de Lula da Silva.

Quarteto

Rossi avisou que tudo é possível — a convenção é que definirá. Mas não resta dúvida de que, tirando as famílias Barbalho, Sarney, Calheiros e a ministra do Planejamento de Lula, Simone Tebet, que querem estar com o PT, o restante do MDB deseja fazer oposição à recandidatura do atual presidente da República.

Centro-direita

A começar pelo ex-presidente Michel Temer, sempre atacado por Lula. Depois de dez anos na proa do Manda Brasa nacional, Temer fez de Baleia Rossi seu sucessor. Até porque, se eventualmente o MDB vier a ser o vice de Lula, a participação da sigla no estado — na chapa de Jorginho Mello — pode ficar comprometida.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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