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Dia do Trabalho é uma festa

Por Cláudio Prisco Paraíso
30/04/2024 - 08h18.Atualizada em 30/04/2024 - 08h18

Uma semana curtíssima sob o aspecto político e parlamentar. Ou praticamente inexistente. Tanto na Câmara quanto no Senado, as sessões em plenário, bem como as comissões técnicas, todas foram suspensas. 

Isso porque o feriado do Dia do Trabalho cai no meio da semana, então houve aquela enforcada. Os deputados e senadores não vão à Brasília. Considerando-se que eles costumam voltar às bases nas quintas-feiras, é uma emendada de 10 dias. 

As atividades de rotina no Congresso Nacional só serão retomadas na próxima segunda, dia 6. É assim que infelizmente funciona a atividade parlamentar no Brasil. 

Noves fora essa situação, é perceptível que Jair Bolsonaro já se movimenta ativamente para buscar uma solução em 2026 para o caso de ser mantida, o que é muito provável, sua inelegibilidade. 

Regime

Bolsonaro só estará elegível em 2026 se ocorrer algo de muito significativo no Brasil. Portanto, veremos ele se movimentando fortemente nas eleições municipais – em 30 dias, Bolsonaro veio duas vezes a SC e já tem nova agenda marcada para Joinville – e assim será no país todo. 

Território

O ex-presidente quer marcar um resultado retumbante em favor do PL nas eleições de outubro, dando uma demonstração que o PT está batendo pino, vai ladeira abaixo. 

Pule de 10

Essa vitória, que tem tudo para se consolidar, dos liberais contra os petistas, vai transformar Jair Bolsonaro no grande eleitor do país para 2026. Seja com Lula candidato à reeleição ou não. Isso se até lá a deidade vermelha estiver no exercício do mandato. 

Homem do povo

O novo candidato da direita contra o consórcio vai passar pelas mãos dele, que é a única liderança que atualmente arrasta multidões. 

Musculatura

Num debate do qual dois governadores participaram, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Ronaldo Caiado, de Goiás, este já se apresentando como pré-candidato à sucessão do ex-presidiário, veio a indagação de quem seria a grande liderança do conservadorismo no país. Caiado não titubeou e cravou que é Jair Bolsonaro, merecendo a aquiescência de Tarcísio de Freitas. 

Portento

O governador de São Paulo seria o nome natural à Presidência. Administra o mais poderoso estado brasileiro, a verdadeira locomotiva do país, que foi pinçado por Bolsonaro como candidato em 2022. 

Posição

À medida que o carioca que governa São Paulo começa a titubear, não só publicamente, o que é absolutamente compreensível, mas também nas conversas reservadas, o quadro poderia sofrer alteração. Tarcísio está com o freio de mão puxado, inclusive nos movimentos de bastidores. 

Poderoso chefão

E por quê? Porque Gilberto Kassab, seu chefe da Casa Civil e chefão do PSD, já trabalha o projeto de reeleição do governador paulista internamente. Ele é muito habilidoso na articulação. Kassab almeja ser vice de Tarcísio em 2026 para que ele assuma o governo com a possível renúncia do governador para disputar a presidência em 2030. 

Timing

Kassab tem dito para Tarcísio que ele não deveria enfrentar Lula daqui a dois anos. Mas nem sequer sabemos se o petista será candidato à reeleição. Em 2026, o atual inquilino do Planalto terá 81 anos. 

Projeto pessoal

Gilberto Kassab está pensando exclusivamente nele próprio. Isso já ocorreu em 2004, quando José Serra perdeu a presidência em 2002 para Lula e dois anos depois disputou a prefeitura de São Paulo com Kassab de vice. 

Imposição

Gilberto Kassab foi indicado por Jorge Bornhausen, que presidia o PFL. Serra não queria Kassab. JKB cravou: ou era Kassab, então um deputado desconhecido, ou não haveria coligação entre PSDB e PFL. 

Ungido

Serra engoliu, elegeu-se prefeito e dois anos depois renunciou para ser candidato ao governo paulista. Kassab herdou, levou de graça, a prefeitura de São Paulo, o terceiro maior orçamento do país. 

Habilidade

Em 2008, é bem verdade, ele se reelegeu disputando contra Maluf, Marta Suplicy e por aí vai. Mas a primeira ascendência foi uma herança, o que ele espera repetir na terceira década do século com vistas ao governo. 

Portas fechadas

Também por isso, Jair Bolsonaro já deixou muito claro que não quer saber de conversa com Kassab. E também já disse a Tarcísio que ele se defina logo, senão o ex-presidente vai começar a trabalhar os nomes de Michelle Bolsonaro ou do próprio Ronaldo Caiado.

Liderança consolidada

Por Cláudio Prisco Paraíso
27/04/2024 - 09h11.Atualizada em 27/04/2024 - 09h12

Ainda Jair Bolsonaro. Não propriamente a passagem dele pelo estado durante a semana, mas o que ele tem representado como líder político em Santa Catarina.
Vamos rememorar. Em 1989, tivemos o restabelecimento das eleições diretas.

Durante 20 anos, os militares mandaram no país. Em 1984, Tancredo Neves elegeu-se no colégio eleitoral, adoeceu antes de assumir e, diante de sua morte, o mandato de cinco anos ficou com o vice, José Sarney.

Em 1989 quem obteve a maior votação em Santa Catarina no primeiro turno? Leonel de Moura Brizola, governador do Rio Grande do Sul antes da ditadura e duas vezes governador do Rio de Janeiro depois de voltar do exílio com a anistia de 1979.

Até pela proximidade entre os dois estados, Brizola largou na frente. Mas ele não foi ao segundo turno considerando-se o resultado nacional por 0,5%. Lula da Silva o ultrapassou no último dia da campanha.

No segundo turno, Fernando Collor deu de relho no petista. Isso com Brizola apoiando Lula. O que só caracteriza que a transferência de votos não é fácil. Nunca foi.

Faz tempo

Brizola foi o último a ter uma ascendência maior sobre o eleitorado catarinense. Lula, em 2002, obteve por aqui a maior votação proporcional do país.

Oscilação

Mas em 2006, perdeu pra Geraldo Alckmin. Em 2010, José Serra ganhou de Dilma Rousseff assim como Aécio Neves em 2014. Sempre houve variações.

Fenômeno

Em 2018, tivemos o fenômeno Jair Bolsonaro no Brasil e em SC. Em 2022, nova onda bolsonarista.

Redução

Quando ele perdeu cinco pontos percentuais entre o eleitorado catarinense, mas em 2018 o nome do PT era o poste Fernando Haddad. No segundo turno do último pleito, foi 70% a 30% para Bolsonaro. Foi uma lavada para cima de Lula.

Força

Se analisarmos o todo, a onda de 2022 foi ainda maior do que a de 2018. Há seis anos faltaram 18 mil votos para que Lucas Esmeraldino fosse eleito senador. Quem ficou com a segunda vaga foi Jorginho Mello, hoje governador.

Primeira leva

Lá os conservadores eleitos na força de Bolsonaro foram o governador Moisés da Silva, a vice, Daniela Reinehr, quatro federais e seis estaduais. Há dois anos, além do governador, da vice e do senador, os liberais elegeram seis federais e 11 estaduais.

Consolidação

Ou seja, houve um avanço e mostrou estabilidade na força política de Bolsonaro em Santa Catarina.

Identificação

Isso significa que o ex-presidente vai ter influência nas eleições municipais daqui, sobretudo nas cidades de maior porte. Arrisca-se a dizer, ainda, que nos municípios de médio porte o Bolsonarismo também pode estar forte.

Regionalidade

A força dele é no estado inteiro? De uma maneira geral, sim. Mas se formos apreciar a densidade eleitoral de Bolsonaro considerando-se as seis grandes regiões do Estado, poderíamos dizer que no Oeste é a região onde ele exerce a menor influência. Foi bem votado nas duas últimas eleições presidenciais? Foi, mas o desempenho de Bolsonaro nas urnas foi maior no Vale, no Sul, no Norte e na Grande Florianópolis.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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