O 1º de maio, Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho, foi um fiasco retumbante para o PT, Partido dos Trabalhadores, criado em 1980. Quem foi o primeiro signatário desta legenda? Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi presidente do partido por longa temporada e depois Zé Dirceu, o todo-poderoso intimamente ligado a Lula. Ele, condenado no Petrolão, no Mensalão, esteve preso, assim como o próprio Lula, que foi solto para disputar a presidência da República. Na quarta-feira, o líder petista foi a São Paulo.
Para aquela grande mobilização do Dia do Trabalho. E o que viu? Eles, quando na oposição e até em alguns momentos quando no governo, conseguiam atrair público. À base de muita mortadela, é verdade. A primazia de colocar o povo na rua foi por muitos anos exclusividade do PT. Pelo menos foi isso que se vendeu à sociedade.
Mas após passar pelo governo, o segundo mandato de Lula da Silva já foi meio capenga, principalmente com Dilma Rousseff, que fez uma série de trapalhadas no segundo mandato, essa “realidade mudou.” Ela acabou cassada. Também houve a Lava Jato e uma série de prisões.
A evidência de corrupção e tudo mais calcificou o fato de que eles hoje não reúnem mais ninguém. Lula fez uma campanha inteira com eventos externos fechados. E só entrava quem fosse do time do PT, lideranças de esquerda, centrais sindicais que queriam o fim do governo Bolsonaro.
Fora de circulação
Já ingressamos no 17º mês do governo Lula. Ele não circula pelo Brasil; quando o faz, em ambiente fechado, devidamente blindado. Aí resolveu, na quarta-feira, dia primeiro de maio, ir para São Paulo, seu berço eleitoral.
Berço
Aliás, o PT surgiu no ABC. Santo André, São Bernardo e São Caetano, mas foi à capital paulista que a deidade vermelha tentou mostrar força. Ocorreu que, além de ter violentado a lei eleitoral, pedindo voto a Guilherme Boulos, do PSOL, pré-candidato à prefeitura, não apareceu nada além de meia dúzia de mortadelas.
Liberado
Ah, sim, mas Lula pode. Pode tudo. Todos os demais partidos, especialmente de direita, especialmente o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, esses não podem nada, mas ele pode e o TSE não vai fazer absolutamente nada.
Cara de paisagem
O “presedente” Lula não reuniu 1 mil pessoas, sendo que quase todos que lá estavam eram líderes sindicais. Líderes partidários, simpatizantes levados à base de mortadela. É um contraste se fizermos um cotejamento, um paralelo com Jair Bolsonaro, que por onde passa, arrasta multidões.
Comparação
Nós vamos citar só os dois episódios: 25 de fevereiro, na Paulista, onde compareceram mais de 700.000 pessoas e agora, recentemente, dia 21, em Copacabana, com outras tantas milhares de pessoas. E o presidente da República, líder sindical, torneiro mecânico, retirante nordestino, não reúne 1.000 pessoas?
Culpado
O “presedente” reclamou do ministro (sim, a culpa é sempre do ministro ou de Bolsonaro), que eles, a PTzada, não mobilizam mais gente na rua. Nunca foi uma mobilização natural, como muitos fazem. No século XXI Bolsonaro chama pelas redes sociais e as pessoas vão sem motivação outra, e tampouco motivadas por pão e mortadela.
Realidade local
Então a gente começa a observar que efetivamente a coisa não está nada boa para a PTzada. Vamos estadualizar a realidade. Na terça-feira, os professores fizeram uma mobilização diante do centro administrativo do governo, em meio à greve capenga. Que não tem nem 15% de adesão. Mais um factoide.
Aham
Daí divulgaram que reuniram 10.000 pessoas. Conversa mole. Não reuniram nem mil e seguramente 80 a 90% dos presentes só estavam lá à base de pão com mortadela. Simpatizantes de partidos de esquerda, líderes sindicais, professor que era bom, nada, representou 5% dos presentes.
Modus operandi
Isso é o discurso político em ano eleitoral, ou seja, PT, os partidos de esquerda, as centrais perderam espaço, perderam discurso, perderam credibilidade. Aliás, centrais sindicais que estão incomodadas com o governo Lula e que têm se manifestado nessa direção. Mais uma dorzinha de cabeça. Para aquele que deixou as instalações da Polícia Federal como presidiário. Para assumir a presidência da República graças à generosidade do Supremo Tribunal Federal.
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, nos últimos anos se notabilizou por uma única característica: tentar ser mais Bolsonarista do que o próprio Jair Bolsonaro. Mas ele sumiu. Desapareceu, escafedeu-se.
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Lembram daqueles vídeos com o prefeito empostando a voz – é um grande personagem – e defendendo o ex-presidente e as pautas conservadoras? Pois é, não se viu mais nada. Não se quer imaginar que o robusto prefeito do PSD – que é governo Lula – tenha mudado sua orientação ideológica. Não deve ter sido isso.
Como também não se pode suspeitar que ele, João Rodrigues, não foi ao Rio de Janeiro, como também não apareceu nas duas últimas agendas de Jair Bolsonaro em SC (em Balneário Camboriú, Florianópolis e Camboriú), porque possa estar se distanciando de Bolonaro. Um amigo leal e convicto como João Rodrigues jamais faria isso.
Bom, essa é a visão do blog. Agora o que se comenta abertamente entre os liberais da província – estamos nos referindo a Santa Catarina (tão atacada por jornalistas de outros lugares) – é que houve um distanciamento.
Muito provavelmente motivado pela chance, real e cada vez mais concreta, de o PL lançar candidato a prefeito em Chapecó, o que causa calafrio na Organização pessedista local.
Não custa lembrar que o PSD tem três ministérios sob Lula III e que jamais se viu uma única imagem de algum pessesista catarinense, excetuando-se Rodrigues que, assim como Lula já frequentou o xilindró, com Jair Bolsonaro.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.