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Um novo nome ao Senado em SC?

Por Cláudio Prisco Paraíso
04/11/2025 - 08h13

Repercutiu intensamente, durante o final de semana, no meio político de Santa Catarina, a corajosa, pertinente e valorosa manifestação da deputada estadual Ana Campagnolo (PL). O que ela disse? Ela afirmou que “nosso estado tem força própria e nomes capazes de representar o conservadorismo no Senado”, sem depender de figuras de fora. Ela defendeu senadores 100% catarinenses. É um posicionamento emblemático.

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Se isso tivesse partido de qualquer outro parlamentar liberal, o reflexo já seria inapelável. Mas estamos falando de uma parlamentar que fez quase 200 mil votos à Assembleia na reeleição de 2022. Campagnolo fez mais votos que todos os outros 15 deputados federais, exceção feita a Carol De Toni, sua amiga e correligionária. Mas Carol não bateu nos 250 mil, assim como Ana Campagnolo não bateu nos 200 mil votos. A votação da deputada estadual, no entanto, foi muito mais representativa do que a de Carol. Na Alesc, são 40 cadeiras e centenas de candidatos.

Proporção

Carol se elegeu a mais votada entre as 16 vagas catarinenses à Câmara. Ou seja, o número de candidatos a federal é infinitamente inferior. Então, se alguém, efetivamente, quisesse concorrer ao Senado, Campagnolo teria mais méritos do que a própria Carol. Mas não.

Projeto

O objetivo dela era continuar na Assembleia. É escritora, participa de cursos como professora, conferencista e palestrante. Além disso, por uma questão de programação familiar, ela não tinha pretensão de ir para Brasília, onde já está Carol, cumprindo o segundo mandato de federal. Tanto é que, desde o começo, Ana Campagnolo respaldou Carol, deixando claro que não seria candidata ao Senado.

Cenário

Só que agora, o que ela presencia? Carol esperneando, incomodada porque sua vaga ao Senado, na chapa liderada por Jorginho Mello, foi subtraída. A deputada federal erra o alvo, pois está a criticar única e exclusivamente o governador, que já havia lançado seu nome ao Senado, na companhia de Esperidião Amin, candidato à reeleição, numa dobradinha.

De cima

Ocorre que o governador reformulou seu posicionamento porque Jair Bolsonaro desarrumou a articulação daqui ao colocar, goela abaixo, Carluxo como candidato.

Intocável

Então Carol teria que estar reagindo mais fortemente a Bolsonaro. Mais ainda do que na direção de Jorginho Mello. Ao governador, registre-se, faltou, é bem verdade, a coragem que não está faltando à deputada estadual, que não aceita a vinda do vereador carioca.

Tudo tem limite

Jorginho deveria ter dado uma negativa ao ex-presidente, na linha de que se manteria fiel e companheiro, mas mantendo a posição de que a chapa majoritária liderada por ele já estava montada.

Alerta

O governador deveria ter deixado muito claro que não teria como trazer Carluxo pra cá. Aliás, situação que ele já vivenciou em 2022, quando precisou tirar o deputado estadual Kennedy Nunes, à época filiado ao PTB, da candidatura ao Senado, para colocar Jorge Seif.

Diálogo

Seif que é uma espécie de filho adotivo de Bolsonaro, o 06. Por falar em filho, com a chegada de Carluxo, são três dos seis por aqui.

Prole

Em Santa Catarina, Jair Renan, o 04, é vereador em Balneário Camboriú e candidato a deputado federal, ainda com a exigência do número 2222. Carluxo agora é nome para o Senado, e Seif é senador eleito em 2022.

Família

Os outros três: Flávio Bolsonaro é candidato à reeleição ao Senado pelo Rio; Eduardo Bolsonaro é deputado federal em São Paulo, mas está nos Estados Unidos e não sabe se será candidato ou não; fora estes cinco, há a única filha, a 05, Laura.

Pé aqui

Ou seja, metade dos filhos estão em território catarinense. Então faltou a Jorginho Mello o desprendimento e a firmeza que sobraram a Ratinho Júnior quando, assediado por Bolsonaro e já percebendo aonde ele queria chegar, avisou: você pode indicar um candidato ao Senado do Paraná, desde que seja paranaense.

Espelho

Faltou isso a Jorginho Mello porque, daqui a pouco, Carlos Bolsonaro disputa, se elege, e, a partir de 2027, dois dos três senadores de SC terão origem no Rio de Janeiro. Jorge Seif apenas nasceu aqui.

Manguinhas de fora

Ora, isso não tem o menor cabimento. E mais: se bobear, em 2030, Carluxo é candidato ao governo. Santa Catarina pode ser tudo, menos um estado de segunda classe. Muito ao contrário: é um estado que sempre marcou posição pela capacidade de discernimento político, de politização do seu eleitorado, que está sendo desrespeitado por esses movimentos da família Bolsonaro.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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