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Uma enorme pedra no sapato do governador

Por Cláudio Prisco Paraíso
25/10/2025 - 08h06

É sui generis a realidade política de Santa Catarina no contexto conservador: de um lado, uma candidatura repleta de apoios e aliados partidários; de outro, uma candidatura isolada, que não conta nem mesmo com o apoio integral do próprio partido. Refiro-me, respectivamente, a Jorginho Mello e João Rodrigues. Ocorre que o prefeito de Chapecó está observando o quadro com atenção. Porque a grande verdade é que o padrinho eleitoral de Jorginho criou dificuldades para ele.

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O governador já estava com a chapa fechada: o MDB indicaria o vice no projeto de reeleição, e o PL ocuparia a segunda posição na majoritária, com Carol De Toni ao Senado, dobrando com Esperidião Amin, da federação União Progressista. A partir do momento em que Bolsonaro, goela abaixo, impôs o filho Carluxo, as coisas começaram a se complicar.

Na quarta-feira passada

Os dois se encontraram. Carluxo estava presente. Vazaram, para o distinto público, duas versões do extrato da conversa. A primeira foi a que interessa a Jorginho: Bolsonaro teria assegurado apoio também ao nome indicado por ele ao Senado — ou seja, Esperidião Amin.

Com ela

A outra versão dá conta de que o ex-presidente teria dito que vai apoiar Carol De Toni, mesmo fora da chapa liderada pelo governador. Ora, prevalecendo essa segunda alternativa, Bolsonaro está praticamente humilhando seu correligionário. Na prática, quem vai colocar o nome de Esperidião Amin na convenção é o governador.

Bolsonaristas

Mas quem garante que o atual senador vai topar, sabendo que Bolsonaro não vai respaldá-lo? Além de Carluxo, que é filho, Carol De Toni tem todo um histórico bolsonarista. A ligação de Esperidião Amin é exclusivamente com a figura de Bolsonaro. E aí, como é que fica? Numa dessas, Amin pode ir ao Senado com João Rodrigues e levar a União Progressista junto. Possibilidade que não está descartada, evidentemente.

Condicionante

Nessa realidade, o PL pode lançar Carol e Carluxo na chapa de Jorginho. A grande verdade, para que não paire um sentimento de desconfiança entre os aliados, é que Carol não pode concorrer ao Senado — mesmo fora da chapa.

Avulsa

Por outro lado, não há mecanismo político, e muito menos legal, que a impeça de lançar seu nome por outro partido. Ela tem o direito, na janela de março do ano que vem, de trocar de legenda e concorrer à Câmara Alta. Para evitar essa situação, a única maneira seria acolher os três nomes na majoritária. Carol, então, teria que ser vice — cenário que Jorginho Mello já descartou.

Sem chance

Já há quem especule que ela poderia assinar ficha no MDB. Por óbvio, no entanto, o Manda Brasa não vai aceitar. Vai filiar Carol, sabendo que depois ela volta para o PL, apenas para resolver o problema dos liberais? Aliás, o MDB está promovendo uma grande mobilização estadual de fortalecimento da sigla neste fim de semana. E, até segunda ordem, o MDB ainda não se tornou um partido de aluguel.

Outro caminho

Evidentemente que os líderes emedebistas não topariam essa solução com Carol De Toni no partido para ser vice. Outra possibilidade é que, uma vez fechada a composição, ficando Amin ao Senado e Carol como vice, isso poderia levar o MDB para o lado de João Rodrigues.

Tempo de TV

Ou seja, confirmada a candidatura de Carluxo, ou o MDB, ou a União Progressista estarão com João Rodrigues. A União Progressista tem dois minutos e meio de televisão. O MDB tem menos.

Pendência

Até porque a União Progressista é resultado da federação que deve ser formalizada no mês que vem entre União Brasil e PP. Ressalve-se que o casamento entre UB e PP ainda não foi oficializado. Muita água ainda vai rolar, mas é fato: o nome de Carluxo criou um sério problema para Jorginho Mello.

Resumo

A chegada do vereador carioca pode estar viabilizando a candidatura de João Rodrigues — até então caquética — na medida em que a União Progressista ou o MDB acabam recorrendo a uma aliança com o prefeito de Chapecó, caso um deles seja excluído da composição liderada pelo governador.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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