Ulisses Gabriel afirmou que, se estivesse à frente do inquérito, indiciaria os responsáveis por entender que houve negligência, imperícia e imprudência
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, manifestou uma posição contrária à conclusão do inquérito sobre a queda do balão em Praia Grande, tragédia que resultou na morte de oito pessoas, entre elas duas moradoras de Concórdia.
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Durante visita ao município nesta terça-feira, 14 de outubro, Ulisses afirmou que, embora não possa interferir na investigação conduzida por outro delegado, acredita que o caso deveria ter resultado em indiciamentos. Segundo ele, houve negligência, imperícia e imprudência na condução do voo.
Entre os pontos destacados, o delegado-geral citou que o piloto não possuía a habilitação exigida pela Anac, que o horário da decolagem não era adequado e que os responsáveis pela empresa foram negligentes ao permitir a operação.
Ulisses ressaltou ainda que o piloto tinha responsabilidade sobre todos os ocupantes da aeronave e deveria ter sido o último a abandoná-la.
“Um comandante precisa proteger a vida de todos antes de pensar na própria segurança”, afirmou.
O delegado também apontou falhas no combate ao incêndio, possivelmente iniciado por uma combustão na estrutura do balão, e disse que o piloto deveria ter capacitação técnica para agir em emergências.
Para Ulisses Gabriel, a soma desses fatores justificaria a responsabilização dos envolvidos por homicídio culposo.
“Como cidadão, lamento profundamente o que aconteceu e discordo da ausência de indiciamentos”, concluiu.
Agora, o Ministério Público de Santa Catarina deverá analisar o inquérito e decidir se oferecerá ou não denúncia contra os envolvidos no voo.