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‘Efeito dominó’: tarifaço de Trump põe em risco R$ 14 bilhões em exportações no Oeste de SC

Madeira, móveis e gelatina estão entre os produtos mais afetados por aumento de 50% nas taxas

Por Redação, Portal 49
01/08/2025 - 08h49
Empresas já anunciam férias coletivas e reduções na produção - Foto: Reprodução

A decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump de impor novas tarifas sobre produtos brasileiros começa a provocar fortes impactos econômicos no Oeste de Santa Catarina.

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Com um aumento de 50% nas taxas de importação, setores como madeira, móveis, gelatina e máquinas industriais já registram prejuízos, ameaçando até R$ 14 bilhões em exportações anuais para os Estados Unidos — principal destino dos produtos catarinenses.

De acordo com o vice-presidente da Facisc (Federação das Associações Empresariais de SC) para a região Oeste, Vilson Piccoli, mais de 200 empresas da região exportam diretamente para os EUA.

“Essa tarifa é exagerada. Enquanto países como Chile, México e Argentina conseguiram negociar taxas menores, ficamos com 50%. Está bastante difícil competir”, afirmou.

O impacto é imediato: indústrias já deram início a férias coletivas como medida de contenção e estão reduzindo a produção. “O sinal é preocupante. Algumas medidas já foram tomadas, e todo mundo está tentando entender o que fazer”, relata Henrique Basso, diretor-secretário da Facisc.

Em cidades como Caçador, referência nacional na exportação de madeira e móveis, o efeito é ainda mais profundo. Cerca de 53% das exportações catarinenses para os EUA partem dali. Empresas como MDF Guararapes, Damme, Framme Sincol e diversas fabricantes de molduras operam com foco total no mercado norte-americano — agora ameaçado.

“Estamos falando de produtos com alto valor agregado, fruto de anos de investimento. O impacto atinge toda a cadeia: desde a extração da madeira até serviços administrativos, manutenção e transportes”, acrescenta Basso.

A Facisc articula, junto à Fiesc e ao governo estadual, alternativas para reduzir os efeitos da crise, como subsídios e compensações.

Piccoli aponta falhas na diplomacia brasileira: “Enquanto Japão, União Europeia e Reino Unido negociaram tarifas de até 15%, o Brasil nem participou das discussões. Falta articulação e visão estratégica.”

A expectativa é de que nos próximos meses a mobilização empresarial pressione o governo federal a abrir um canal de negociação direta com os EUA. Até lá, o temor é que mais indústrias suspendam operações ou tenham que buscar, às pressas, novos mercados para escoar sua produção.

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