Superintendente do órgão no Estado reconhece que os R$ 506,7 milhões previstos são insuficientes e diz que valor pode aumentar com redistribuição de recursos nacionais
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estuda ampliar o orçamento destinado às rodovias federais de Santa Catarina em 2026. Apesar da previsão inicial de R$ 506,7 milhões, o superintendente do órgão no Estado, Amauri Sousa Lima, afirmou nesta terça-feira, 07 de outubro, que o valor pode chegar a R$ 900 milhões, caso haja redistribuição de recursos de outros estados.
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A declaração foi feita durante visita à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), onde o tema foi amplamente discutido. Lima reconheceu que o montante atual é insuficiente para atender às demandas da malha rodoviária catarinense, por onde passa cerca de 70% de tudo o que é transportado no Estado.
“Precisamos de valores mais significativos e estamos trabalhando nisso”, destacou o superintendente, explicando que o valor atual consta na pré-LOA (Lei Orçamentária Anual) e ainda pode ser alterado pelo Congresso Nacional.
Segundo ele, nos últimos dois anos, Santa Catarina recebeu cerca de R$ 2 bilhões em investimentos federais, o que representou avanços na manutenção e recuperação das rodovias. Ainda assim, a possível redução de recursos para 2026 preocupa o setor.
Entre as prioridades do DNIT estão as BRs 470, 280 e 282, que contam com obras e projetos em diferentes estágios. Sobre a BR-282, Lima destacou a implantação de 16 km de terceiras faixas, 17 novos trevos e acessos, além do projeto de duplicação total da rodovia, previsto para ser concluído em 2026.
Ele também mencionou a possibilidade de retomar o projeto da Via Expressa (BR-282), em Florianópolis, orçado em mais de R$ 700 milhões. “Há possibilidade em 2026, mas dependeremos muito do orçamento que chegar”, afirmou.
Representantes da indústria e do transporte reforçaram a necessidade de mais investimentos. O presidente da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egidio Martorano, alertou que os recursos previstos não são suficientes para manter o ritmo das obras em rodovias essenciais. Já o presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, classificou a situação como alarmante e ressaltou o impacto na economia.
“Temos uma infraestrutura rodoviária colapsada. Santa Catarina é o segundo Estado do país em número de acidentes, e a falta de investimentos compromete nossa competitividade”, lamentou.
Atualmente, Santa Catarina recebe apenas 12% de retorno em investimentos federais, enquanto Paraná e Rio Grande do Sul alcançam cerca de 27%, segundo dados do setor.