Crescimento preocupa autoridades e reforça urgência de novas políticas públicas contra o tabagismo e o uso de cigarros eletrônicos
Pela primeira vez em 17 anos, o Brasil registrou aumento na proporção de fumantes adultos. Segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira, 27 de maio, pelo Ministério da Saúde, o índice de fumantes no país subiu de 9% para 11% em 2024, revertendo uma tendência de queda observada desde 2007.
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A pesquisa, realizada nas capitais e no Distrito Federal, chama atenção para o crescimento do tabagismo principalmente entre as mulheres, cujo índice subiu de 7% para 9%. Entre os homens, o número também aumentou, passando de 12% para 14%.
Além do cigarro tradicional, o levantamento destaca a alta no uso de cigarros eletrônicos, com 2,6% dos adultos afirmando utilizá-los regularmente — a maioria, mulheres.
Apesar da proibição da venda, importação e publicidade desses dispositivos no Brasil desde 2009, o consumo tem crescido, especialmente entre jovens.
O Ministério da Saúde, junto ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), alertou para o alto custo social e econômico do tabagismo.
Para cada R$ 1 arrecadado com a indústria do cigarro, o Estado gasta R$ 5 em tratamentos de doenças relacionadas ao fumo. Entre elas, estão infarto, AVC e câncer de pulmão.
Diante do cenário preocupante, especialistas defendem políticas públicas mais rígidas e campanhas educativas, especialmente voltadas à prevenção entre jovens e mulheres, públicos que mais contribuíram para o aumento em 2024.