Lula da Silva perdeu qualquer tipo de cerimônia. A coisa está acontecendo à luz do dia, sem constrangimento, e ele nem fica vermelho. Na semana passada, transformou o Palácio do Planalto em palanque eleitoral para a sanção do projeto que isenta do Imposto de Renda brasileiros que percebem até R$ 5 mil e, parcialmente, de forma escalonada, aqueles que percebem até R$ 7.350.
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Aliás, não foi a primeira e nem será a última vez. A Justiça, sempre muito diligente no governo Bolsonaro — que não podia sequer nomear diretor da Polícia Federal e tinha qualquer movimento administrativo questionado —, em relação ao governo Lula é uma festa. Está tudo liberado. Até porque foram eles que o tiraram da prisão para transformá-lo novamente em presidente da República. Mas Lula foi para um pronunciamento de rádio e televisão, que é muito próprio para o presidente da República fazer comunicados e anúncios relacionados ao componente administrativo do governo. No caso da “deidade vermelha”, contudo, foi diferente. Nada institucional, foi um posicionamento eleitoreiro, já parecendo em plena campanha. E ninguém diz nada.
Deboche
Ou seja, a máquina está sendo vergonhosamente, escancaradamente, utilizada para proveito do projeto de reeleição de Lula da Silva — e fica por isso mesmo. Está tudo certo.
Escárnio
Temos campanha eleitoral antecipada com a utilização dos instrumentos governamentais. E vejam só: isso na forma e no conteúdo. Lula da Silva começa a anunciar um benefício social atrás do outro.
Eu, tu, nós, eles
Quem paga essa farra toda? É o governo. Mas o governo vive de recursos provenientes de onde? Única e exclusivamente da arrecadação de impostos, pesadíssimos. Então, somos nós que estamos bancando a festa toda. O Brasil voltou!
Dosagem
E não se trata de abominar o atendimento a quem realmente precisa, mas não é isso o que ocorre. O PT, o governo, a esquerda, se alimentam da pobreza e da miséria, concedendo migalhas à parcela menos favorecida em troca de votos. Simples assim.
Verdadeira conquista
Não há nenhuma conquista social mais significativa do que o emprego, que traz dignidade e oportunidades às pessoas. Mas os governos petistas estão criando uma cultura e ensinando o brasileiro a viver sem produzir absolutamente nada, só de benefícios.
Encostados
E faz aqui ou ali um biquinho. Para que vai trabalhar a semana inteira se, com um bico de um único dia e os benefícios sociais, percebe praticamente a mesma coisa? Ou seja, a engrenagem perversa faz com que essa turma fique devendo para a canhotada.
Só cresce
Estamos falando disso há 23 anos. E vamos repetir, é preciso refrescar a memória. Nos últimos 23 anos, em 17 os governos foram do PT — e os benefícios sociais só aumentam, quando na verdade o objetivo seria reduzi-los e eliminá-los paulatinamente com a geração de emprego. Mas eles criam cada vez mais impostos para inviabilizar os empresários e empreendedores, que aí não podem oferecer emprego. Essa é a verdade nua e crua de um país fadado ao fracasso contínuo.
Meta clara
O objetivo é quebrar o país para terem domínio, monopólio estatal. Além de empregar boa parte da sociedade, oferecem benefícios sociais para manter dependência.
Sobrecarga
E como os empresários não aguentam mais pagar impostos, acabam reduzindo o tamanho da empresa ou fechando, ficando longe de buscar expansão. Porque o governo não quer que a iniciativa privada seja provedora dos empregos — realidade em qualquer parte do mundo minimamente civilizado.
Ideal
O Estado tem que ser mínimo, apenas para atender saúde, educação e segurança, e não ser empregador. Mas, em 2026, teremos um ano em que esse governo, com a complacência do Judiciário, vai fazer muita coisa que a própria lei proíbe — mas só para aqueles que não são aliados.
Apertem os cintos.
Todo mundo sabe que Joinville é a maior cidade de Santa Catarina. Não apenas sob o aspecto econômico, mas também populacional e eleitoral. Em apenas dois estados da federação a capital não é a maior cidade: Florianópolis, em Santa Catarina; e Vitória, no Espírito Santo.
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Fazemos essa abordagem porque, naturalmente, a entrada de um personagem político na sucessão de 2026 no território catarinense poderia provocar uma alteração no cenário — não propriamente uma reviravolta. Adriano Silva, jovem empresário bem-sucedido, filiou-se ao Novo e surgiu como uma grande novidade, ganhando a eleição em 2020. Faz uma gestão exitosa porque é competente. Isso o fez obter uma reeleição com quase 80% dos votos. Uma marca difícil de se alcançar em Joinville. Foi uma façanha inédita. O governador Jorginho Mello, ao perceber sua capacidade enquanto gestor, tratou de se aproximar de Adriano Silva e tem contemplado a cidade com uma série de obras, investimentos, benfeitorias e volumosos recursos. O prefeito reconhece a ação do governador nesse contexto.
Meta
Adriano Silva sempre deixou clara a intenção de completar o mandato e deu várias declarações de simpatia em relação ao projeto de reeleição de Jorginho Mello. Não é de hoje, também, que vem sendo pressionado por lideranças do Novo para renunciar, se desincompatibilizar até 4 de abril e disputar o governo do estado. Nas últimas semanas, há especulações de que ele estaria avaliando concretamente essa possibilidade.
Fumaça
Na avaliação da coluna, isso tudo não passa de um balão de ensaio para aqueles que procuram cada vez mais encurralar Adriano Silva a assumir essa condição. Ele ainda é muito novo no contexto das atividades políticas e eleitorais.
Apoio
O prefeito gostaria de completar os oito anos no comando da cidade elegendo a sucessora, sua vice-prefeita Rejane Gambin, que será respaldada por ele em 2026 à Câmara Federal. Elegendo-se ou não, ela seria um nome natural em 2028.
Projeção
É importante observar que o prefeito tem alguma perspectiva eleitoral estadual lá para 2030. Até porque o tempo não conspira contra ele. Afinal de contas, poderia ou não renunciar? Claro que pode.
Palanque
A coluna, contudo, só vê uma motivação nacional para isso: se Romeu Zema concorrer à Presidência da República pelo Novo. Nesse caso, Adriano Silva ficaria na obrigação de oferecer palanque ao mineiro. Tal possibilidade, contudo, é remota.
Opção
Tudo leva a crer que o governador mineiro acabará compondo como vice. Seja de Tarcísio de Freitas, seja de Ratinho Júnior, ou mesmo de outra candidatura pela direita. Ele é o nome perfeito para a posição de vice.
Discurso
Mas, claro, Zema se apresenta como pré-candidato à Presidência. Na eventualidade de concorrer e Adriano sair para a disputa, como esse cenário poderia mexer no contexto sucessório estadual? Considerando-se que ele nunca admitiu candidatura e já aparece em pesquisas com quase dois pontos percentuais, é evidente que uma candidatura do joinvilense poderia abrir perspectiva de segundo turno.
Dupla
Considerando-se que o PSD também tem o nome de João Rodrigues ou de Raimundo Colombo na disputa, como hipótese de candidatura ao governo, teríamos o projeto do Novo com mais um nome no tabuleiro. Inclusive para ser uma alternativa nesse espectro político de direita, levando em consideração que a pré-candidatura de João Rodrigues não conseguiu se viabilizar.
Composição?
É uma realidade que poderia levar o Novo a um entendimento com o PSD, com João Rodrigues ou Raimundo Colombo concorrendo ao Senado.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.