O governo Lula resolveu jogar pesado com o centrão. A ministra Gleisi Hoffmann acionou a tesoura e as demissões já se tornaram realidade desde a última sexta-feira, mas, de maneira mais intensa a partir desta segunda, 13.
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São cargos que vinham sendo ocupados pelo PP, pelo União Brasil, hoje União Progressista, pelo PSD, pelo Republicanos e até pelo MDB.
Como as respectivas bancadas desses partidos não se empenharam pela aprovação da Medida Provisória que ampliava uma série de impostos para gerar receita ao governo Lula em 2026, ano eleitoral, coincidentemente, veio o troco.
No melhor estilo Lula, Gleisi e cia.
O Palácio do Planalto imagina que, com isso, vai conseguir reverter a situação. Ledo engano.
Por mais que Lula da Silva tenha dado uma leve respirada depois do tarifaço de Donald Trump, a grande realidade é que a sua rejeição alcança a casa de 51 pontos percentuais.
Espuma
Ele pode até estar liderando em todos os cenários. Contudo, a sua perspectiva de ganhar a eleição no segundo turno é muito limitada, justamente em função da elevada rejeição.
Não é novidade para ninguém que o nome favorito da direita para enfrentar o atual inquilino do Palácio do Planalto é o governador paulista Tarcísio de Freitas.
Pulverizando
Mas, desde que os conservadores estejam todos mobilizados e unidos em torno de um mesmo projeto.
Seja no primeiro turno com Tarcísio de Freitas ou seja no segundo turno, caso ocorra uma pulverização de candidaturas como Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Júnior.
Em qualquer dessas duas alternativas, as perspectivas são alentadoras para a direita derrotar Lula da Silva.
Espectro
Ao que parece, a estratégia é equivocada porque além de retaliações dos partidos de centro, centro-direita, do próprio centrão, o governo passa, inevitavelmente, a imagem de que mais do que nunca está fechado com os partidos ideologicamente à esquerda.
Invasor
Tanto é que nos próximos dias Lula da Silva deve confirmar Guilherme Boulos, do PSOL, especialista em invadir propriedades privadas, na Secretaria-Geral da Presidência da República.
Antessala
O cargo dá assento no Palácio do Planalto, ou seja, passa a sensação, não só à opinião pública, ao eleitorado em potencial, mas, também, ao Congresso, Câmara e Senado, de que ele deseja fechar fileiras com os partidos de esquerda, esquecendo que isso torna-se insuficiente para buscar a reeleição.
História recente
Tal contexto já ficou evidenciado em 2022. A deidade vermelha colocou o ultradireitista, tucano da gema, Geraldo Alckmin, para ser seu vice.
Sem dúvida nenhuma, esse estratagema atraiu votos preciosos do espectro da direita e do centro naquela eleição.
Tiro no pé
Agora, a partir do momento em que Lula busca uma identificação exclusivamente com a esquerda, fica uma margem muito estreita para ampliar o seu eleitorado, ainda mais com uma rejeição nesse patamar.
De fora
Há quem diga, evidentemente, que Bolsonaro tem mais rejeição, Michelle igualmente ou o próprio Eduardo Bolsonaro, mas, nenhum dos três será candidato.
Típico
Está faltando ao PT, pra variar, a sensibilidade e a percepção de que um enfrentamento com todo o centro e com toda a direita, tendo na cabeça um candidato agastado, porque já está na estrada há mais de 40 anos, numa hipotética sétima candidatura à Presidência, isso tudo faz com que o caminho da direita, do centro, ou melhor, dos conservadores, tenha tudo para ser bem-sucedido.
Ainda mais considerando a situação econômico-financeira do país.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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