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Cosud na pauta

Por Cláudio Prisco Paraíso
20/11/2024 - 08h44.Atualizada em 20/11/2024 - 08h44

Jorginho Mello retornou ontem, no início da noite, da viagem a Santiago, onde participou de um evento patrocinado pela Federação das Indústrias (Fiesc), objetivando incrementar as parcerias bilaterais no contexto comercial entre o Chile e Santa Catarina. 

Nesta quarta-feira, o governador vai estar envolvido nos atos preparatórios para o encontro dos governadores do Sul e Sudeste (o Cosud), todos confirmados, a partir de quinta-feira, no Costão do Santinho. O Cosud se estende até sábado.

Uma agenda ampliada com foco na Segurança Pública, na Defesa Civil e, especialmente, como ponto central, a PEC da segurança que o governo federal está querendo impor goela-abaixo aos governadores.  E que retira poderes das unidades federadas, fortalecendo o poder de polícia da União. 

Além de Jorginho Mello, estarão presentes Eduardo Leite, Ratinho Júnior, Renato Casagrande, do Espírito Santo, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais. 

Investidura

O governador pretende, de alguma maneira, dar posse, possivelmente, na quinta pela manhã, a Antídio Lunelli, que é deputado estadual e já está confirmado para a Secretaria da Agricultura.

Encaixe

Jorginho também confirmou Carlos Chiodini no primeiro escalão, mas não disse para que cargo.  Necessariamente terá que ser uma secretaria-meio na medida em que o governador sinalizou que ele vai fazer a interlocução da administração estadual com o governo federal.  Não tem como fazer isso ocupando uma Secretaria de Segurança Pública ou Meio Ambiente e Economia Verde, por exemplo. 

Opções

Então para Chiodini e a missão para a qual está sendo designado, o ideal é uma Casa Civil, ou um Planejamento, ou alguma secretaria que o governador pretenda criar. Agora, para garantir a presença de Chiodini, certamente será uma secretaria que esteja à altura do seu perfil de bom articulador e também considerando a sua importância política. 

Geografia

Não só como deputado federal, mas como presidente estadual do MDB.  É perceptível, aliás, a estratégia do governador de colocar para dentro do governo dois nomes do Norte do estado. 

Origens

É bem verdade que Chiodini transferiu-se agora para Itajaí. Mas, historicamente, assim como Antídio, ele tem origem e base em Jaraguá do Sul, que é município da circunvizinhança de Joinville. E é dali que poderia vir a sair uma candidatura do prefeito reeleito Adriano Silva, do Novo. 

Falta pegada

Particularmente, o articulista não acredita que o alcaide joinvilense vá renunciar. Nem para concorrer ao governo e muito menos para concorrer ao Senado numa composição hipotética com o PSD de João Rodrigues na cabeça de chapa. 

Novo com PSD

O catarinense Eduardo Ribeiro, contudo, que preside o Novo no plano nacional, deu declaração à Folha de S.Paulo, dizendo que o partido não estará com  Jorginho Mello. A turma do Novo, segundo Ribeiro, tem divergências sobre a forma de administrar do atual governador. Ele afirmou, ainda, que se Adriano Silva não for candidato ao governo, o Novo poderia apoiar João Rodrigues. 

Fortalecimento

O prefeito reeleito de Chapecó, aliás, já tem o Podemos e o União Brasil em seu entorno, além do PSD. Ou seja, Jorginho Mello tem que ficar esperto.

História ensina

Ninguém ganha eleição por antecipação. Evidentemente que ele é um candidato fortíssimo à reeleição. Tem o apoio de Jair Bolsonaro em um eleitorado tipicamente conservador, controla a máquina estadual e, se tiver o MDB e o PP juntos, somados aos prefeitos também do PL, são praticamente 220 mandatários contra 50 do outro lado.

Quarteto

Por outro lado, leia-se PSD, União, Novo e Podemos.  Então tudo converge para Jorginho, mas em Santa Catarina nós já observamos eleições que produziram um verdadeiro cavalo-de-pau. Paulo Afonso Vieira, em 1994, foi para o segundo turno com Angela Amin. Tinha 260 mil votos de desvantagem. 

Virada histórica

Paulo Afonso, no entanto, ganhou por 40 mil votos. Em três semanas, houve numa inversão de 300 mil votos. 

LHS 

Depois, houve as eleições de 2002. Naquele ano, Esperidião Amin também perdeu. Surpreendentemente, para Luiz Henrique da Silveira. Então a história catarinense mostra situações que precisam ser observadas de forma atenta.

Abertura

Jorginho Mello tem sido muito pressionado a abrir um pouco mais o governo para o seu próprio PL e para partidos que estão sensíveis à tese de uma composição para 2026.  Agora, se continuar a governar exclusivamente no contexto familiar, isso pode fragilizá-lo no que diz respeito às alianças e coligações vindouras.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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