O deputado Júlio Garcia, do PSD, aproveitou a Assembleia itinerante em Chapecó para lavrar um tento eleitoral estratégico na sua pretensão de buscar a presidência do Legislativo Estadual pela quarta vez. Lá, o pessedista reuniu-se com os deputados do PP, que são três: Altair Silva, representante do Oeste, particularmente da capital regional, Chapecó; e os outros dois do Sul do Estado, mesma base eleitoral de Garcia. São eles Pepê Colaço e Zé Milton.
A bancada fechou em torno do projeto de Julio Garcia. Vale lembrar que o PP está representado no governo Jorginho Mello na figura do ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O governador pode protestar a respeito? De modo algum. Sim, porque ele se reuniu recentemente com a bancada do PL e, quando questionado sobre a eleição da Assembleia, disse que não iria se envolver.
Logo, liberou os próprios correligionários liberais que integram a bancada do partido que ele preside em Santa Catarina. A grande verdade é que Jorginho Mello não tem o controle nem mesmo sobre os liberais. Imagina-se, quanto mais em relação aos progressistas e até mesmo em relação aos emedebistas. A bancada do Manda Brasa, que é de seis, está rachada ao meio, registre-se.
Palavra dada
Três parlamentares desejam que o governador cumpra com a palavra, no sentido de assegurar os dois anos para o MDB na proa do Legislativo Estadual. Os outros três estão alinhados com Júlio Garcia. A convergência do sexteto emedebista é no sentido de que estão fechados, sim, na permanência e ampliação da participação do partido no governo, saindo de uma para três secretarias.
Tudo liberado
Mas, em relação a Assembleia, é racha nas hostes do MDB. Como Jorginho Mello prometeu dois anos para o MDB no Legislativo, se depois, com os deputados do seu próprio partido, liberou a bancada?
Passando dos limites
Na próxima semana, o MDB tem mais uma rodada para definir essa arrastada e interminável novela da composição do governo. Isso no que diz respeito à ampliação dos espaços do MDB. Uma parte da bancada vai cobrar do governador os dois anos na presidência da Alesc e a outra vai ficar quieta. Ocorre, no entanto, que o governador prometeu aquilo que não tem como entregar. Simples assim.
Penetração
A grande verdade é que a candidatura de Júlio Garcia, além de favorita, é inquestionável sob o aspecto interno porque ele leva votos do PL, do MDB, os três do PP, os quatro do PT e de várias outras bancadas de esquerda, como o PDT, que tem um representante.
Máquina de calcular
Julio Garcia já tem os votos necessários, essa que é a grande verdade. Sabendo disso, o governador não quis arriscar uma queda-de-braço porque perderia, como já aconteceu em fevereiro de 2023.
Chicana
Ali, o governador livrou-se de uma derrota maior justamente pela concessão feita pelo próprio Júlio Garcia e por Mauro de Nadal, que foi eleito com o apoio e o respaldo do pessedista.
Influência
Aliás, deputados de todas as bancadas devem atenções a Júlio Garcia, justamente pelos seis anos em que já comandou o Legislativo. E, ao que tudo indica, o parlamentar vai conseguir a proeza de emplacar oito anos pilotando o Parlamento catarinense.
De Brasília
Só uma única situação tira a presidência de Júlio Garcia a partir de fevereiro de 2025. Um fator externo, tipo a retomada das investigações da Operação Hemorragia, desdobramento da Operação Alcatraz, que, lá em 2019, acabou levando Júlio Garcia à prisão domiciliar.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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