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O Brasil voltou

Por Cláudio Prisco Paraíso
13/09/2025 - 07h26

O espetáculo deprimente chegou ao fim, fechado com aquilo que todos já aguardavam: a condenação de Jair Bolsonaro. O que acompanhamos nas últimas duas semanas não foi um julgamento, mas, na verdade, um rito condenatório, um processo de cartas marcadas. Eis a grande verdade.

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Só que Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin não esperavam pelo voto de Luiz Fux. Foi a cereja no bolo dos ministros que haviam preparado todo o movimento para um resultado por unanimidade, que não ocorreu.

Foi a brecha para que os advogados de Jair Bolsonaro possam partir para embargos infringentes, tentando submeter a decisão ao Plenário. Também com o voto de Fux, Bolsonaro terá condições de recorrer aos tribunais internacionais. Sem falar na repercussão política: Fux abriu uma defecção, uma dissidência dentro da Primeira Turma e, consequentemente, dentro do próprio Supremo. Afinal de contas, além de Fux, há os dois ministros nomeados por Bolsonaro: Cássio Nunes Marques e André Mendonça.

Racha

Ou seja, aquilo que se imaginava — a unidade inabalável do STF — não existe mais. Simples assim. E o voto histórico de Luiz Fux também poderá ensejar, no futuro, a anulação do circo montado por Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Barroso. Ah, não podemos esquecer dele: Flávio Dino, o comunista. É um quarteto que agiu politicamente.

Rigor

Com esse voto de Fux, ainda teremos a perspectiva de medidas mais vigorosas por parte do governo Donald Trump, que poderão ocorrer, muito provavelmente, a partir da semana que vem, em doses homeopáticas, mas alcançando muita gente “boa”. Fortes emoções nos aguardam.

Circo

Até porque esse julgamento foi uma piada. O presidente da Primeira Turma foi o advogado de defesa de Lula da Silva, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por nove magistrados diferentes, além de Sérgio Moro. A deidade vermelha também foi condenada por três desembargadores federais do TRF-4, com sede em Porto Alegre, e cinco ministros do STJ.

Dane-se a Constituição

Sem falar que tudo isso ocorreu com o aval do Supremo Tribunal Federal, que, depois, resolveu dar um cavalo de pau. Sim, porque as supremas togas começaram a se sentir afrontadas pelo então presidente Jair Bolsonaro.

Descondenado

Daí descondenaram o presidiário, restabeleceram os direitos políticos do demiurgo, o fizeram candidato e o ajudaram a se eleger, com base numa condução da campanha eleitoral pela Justiça — uma condução facciosa, capciosa, parcial e tendenciosa.

Pivô

Tudo isso concentrado na figura de Alexandre de Moraes. Mas voltemos à composição da Primeira Turma. Cristiano Zanin, indicado pelo próprio Lula em retribuição aos trabalhos prestimosos realizados para defendê-lo, perdeu na argumentação jurídica. Mas Lula conseguiu sair. O petista imagina que Zanin participou de toda a articulação política.

Camarilha

Flávio Dino, também indicado por Lula, foi seu ministro da Justiça. É um comunista de carteirinha. Como governador, como senador, como ministro da Justiça de Lula, atacou Bolsonaro a torto e a direito. É acusado de ter apagado as imagens que ilustraram a realidade da farsa do 8 de janeiro. Como bom comunista, Dino diz que não.

Articulador

Naquele dia, ele estava lá no Ministério da Justiça, com a Guarda Nacional perfilada ao lado. Ficou de braços cruzados, nada fez porque eles queriam justamente o quebra-quebra. Tudo engendrado, tudo elaborado pelo governo, pela esquerda. Pois é, esse cidadão também votou.

Inimigo

Alexandre de Moraes não precisamos nem falar. Afinal de contas, ele teve embates frequentes com Jair Bolsonaro. Nunca é demais lembrar, contudo, que ele já foi filiado ao PSDB. Foi secretário de Segurança Pública do então governador Geraldo Alckmin, atual vice de Lula da Silva.

Condicionante

Aliás, essa foi a condição para que Lula concorresse: ter Geraldo de vice. Moraes também foi secretário de Gilberto Kassab, o chefão do PSD.

Farsante

Para fechar, temos Cármen Lúcia, que simplesmente virou ministra do STF porque era amiga do então presidente Itamar Franco. Só por isso. E já faz tempo, né? Itamar Franco. E essa gente fica lá ad aeternum. Ela é um vexame completo na sua atuação. Fala uma coisa e vota diametralmente no oposto. Patética, ridícula. Esse é o Brasil que voltou e da vitória do amor.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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