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Esquerda varrida do mapa catarinense nas eleições municipais

Por Cláudio Prisco Paraíso
09/10/2024 - 08h31

Historicamente vexatório, abaixo da crítica, o desempenho das esquerdas, começando pelo PT, nas eleições municipais de domingo passado.

Se alguém ainda tinha dúvida sobre o que quer, o que pensa e como se posiciona politicamente o eleitorado catarinense, ela foi dissipada. Porque os partidos de esquerda foram praticamente varridos do mapa municipal de Santa Catarina.
Mas olhemos para o país primeiro. O PT, partido que voltou ao poder depois de barbaridades em série, pra não dizer outra coisa, do Judiciário deste país, não elegeu um prefeito de Capital sequer.

Há quatro vermelhos em segundos turnos, mas todos em seríssimas dificuldades e praticamente sem perspectivas reais de vitória. Os petistas perderam, por exemplo, em todo o grande ABC paulista, berço do lulopetismo e dos lulofanáticos.
Tão cantado e decantado em verso e prosa pela canhotada nacional, o PSOL, não elegeu um prefeito no Brasil.

Somando o restante dos satélites de sempre do PT, como PCdoB, Rede, PV e por aí vai, não deu uma dúzia de prefeituras tupiniquins.

O presidente de mais de 60 milhões de votos em 2022 foi escondido durante a campanha das esquerdas. Mas sem dúvidas segue sendo o homem mais popular da história deste país, sem dúvidas, evidentemente. E claro que ele é favoritíssimo a novo mandato em 2026, quiçá em 2030 e ad aeternum. Viva a democracia, o Brasil voltou!

Desastre

Em Santa Catarina, o blog vinha vaticinando, desde o ano passado, que o PT teria que se esforçar muito para eleger uma dúzia de prefeitos. Fez sete. Uma prefeitura no Sul e seis no Oeste, base de cinco dos seis deputados petistas do estado.
Todas cidades pequenas ou de porte minúsculo.

Perdeu a mão

O presidente estadual do PT, Décio Lima, será muito questionado por seus pares. E não adiantará vir com a história de que chegou ao segundo turno em 2022, etc. e tal. Até porque isso só foi possível em função das cinco candidaturas de centro-direita naquele pleito.

Lulismo

Outro aspecto: Décio só carimbou o passaporte para o segundo turno, onde chegou com as calças na mão, pela polarização entre Bolsonaro e Lula. A deidade vermelha ainda conseguiu 30% dos votos catarinenses, impulsionando localmente o compadre. Ponto.

De costas

O fato é que Décio Lima não esteve nem aí, ficou de costas para o partido desde então. Ganhou do chefe um cargo nacional, com orçamento bilionário, mas não deixou a proa do PT estadual. Mas o pior, não fez questão alguma de preparar e fortalecer a sigla para o pleito de domingo passado. Deu no que deu.

Substituição

Sem sombra de dúvidas, a corrente mais à esquerda do PT catarinense, liderada por Pedro Uczai e Luciane Carminatti, que formaram dobradinha à prefeitura de Chapecó – e acabaram humilhados nas urnas, vão reagir.

Sofrível

E olha que os dois, Uczai e Luciane, foram os recordistas de votos proporcionais pelo PT em 2022. Ele a federal e ela a estadual. Mas não conquistaram nem 15% dos votos chapecoenses.

Rumos

Depois do desastre absoluto registrado no dia 6 de outubro, certamente eles vão pleitear o comando do PT de Santa Catarina. Sem uma mudança radical e reestruturação do partido, a tendência é que os petistas protagonizem um novo e gigantesco desastre em 2026.

Acachapante

Por fim, é fundamental registar que outros apêndices históricos do PT, o PSB, o PSOL, o PDT, o PCdoB e o PV, enfim, os de sempre, não fizeram um prefeito sequer no Estado. Nada, zero. Ou seja, fácil deduzir, para desespero também da mídia aparelhada e dos jornalistas militantes, que o grande derrotado sob o aspecto partidário nestas eleições foi a esquerda catarinense.

O cenário pós-eleições

Por Cláudio Prisco Paraíso
08/10/2024 - 08h23

Para Santa Catarina, ponto final nas eleições municipais de 2024. 295 prefeitos eleitos no domingo, 6 de outubro, além, evidentemente, de milhares de vereadores. Não teremos segundo turno em nenhuma das três cidades com mais de 200 mil eleitores.

Pela ordem, elas são Joinville, Florianópolis e Blumenau. Justamente pela reeleição robusta, consolidada e insofismável de Adriano Silva, com quase 80% dos votos válidos em Joinville, de Topázio Silveira Neto, com quase 60% em Florianópolis; e, em Blumenau, onde a vitória foi do deputado Egídio Ferrari, que passou dos 51% dos votos válidos.

Ele que foi respaldado pelo prefeito Mário Hildebrandt e pelo governador Jorginho Mello na Capital do Vale do Itajaí. Eleição liquidada. E nós já temos o novo retrato, o novo panorama, o novo cenário político-partidário-eleitoral de Santa Catarina.

Se fôssemos definir o grande vencedor, indiscutivelmente, ele atende pelo nome de governador Jorginho Mello. Afinal de contas, o PL que ele preside, elegeu 90 prefeitos. Mas não são apenas 90 nomes espalhados especialmente em pequenas cidades.

Espraiando

O PL conquistou prefeituras em todas as frentes. Seja em cidades de grande porte, de médio porte ou de pequeno porte, transformando-se no maior partido catarinense. Resultado obtido muito mais pela influência, pelo trabalho e pela capacidade de articulação do governador do que propriamente pela transferência de votos de Jair Bolsonaro. 

Fator local

Vale registrar. Nunca se falou em onda nas eleições municipais, mas que o ex-presidente poderia ajudar aqui ou ali. Como ele não influenciou em 2020, quando estava no exercício da Presidência da República, e aqui não esteve. É claro que o nome dele ajudou o 22, o PL, nas urnas. A grande verdade é que, o impulso maior foi a partir do trabalho de Jorginho Mello.

Cenário

Observemos o quadro nos treze maiores municípios. O PL fez Palhoça com a reeleição de Eduardo Freccia; fez Tubarão com a eleição do deputado estadual Estêner Soratto; fez, também, três municípios no Vale. Em Itajaí, venceu com Robison Coelho. André Vecchi foi reconduzido em Brusque e, ainda, o próprio Egídio Ferrari em Blumenau. 

5 + 2

São cinco municípios, mas não ficam nesses cinco porque outros dois candidatos que ganharam a eleição estão na contabilidade de Jorginho Mello. Topázio Silveira Neto ainda segue filiado ao PSD por força de lei. 

Filigranas

Agora resta saber se ele vai para o PL, Republicanos ou Podemos, sigla que muito em breve será controlada pelo governador como já acontece com o Republicanos. Mas a questão partidária agora é de menor importância. 

Serrana

O mesmo vale para Carmen Zanotto, do Cidadania, eleita prefeita de Lages. Ela entra na cota dos eleitos aliados ao governador.

Contabilidade

Então estamos falando em sete dos 13 maiores municípios. E os outros seis? O MDB permanece em Jaraguá do Sul com a reeleição de Jair Franzner. O Novo segue na proa em Joinville a partir da recondução de Adriano Silva. Já contabilizamos nove municípios. 

Quarteto

Os outros quatro estão com o PSD.  Balneário Camboriú com Juliana Pavan, prefeitura importante que o PL franqueou gratuitamente ao seu rival ao rifar a candidatura natural e favorita do deputado Carlos Humberto.

Tripé

Além de Balneário Camboriú, o PSD assistiu à reeleição de João Rodrigues em Chapeco e à de Orvino de Ávila em São José. Para finalizar o quarteto pessedista, Clésio Salvaro mostrou toda sua força fazendo o sucessor em Criciúma, Vaguinho Espíndola. O prefeito demonstrou todo o seu poderio político-eleitoral e partidário, suplantando o empenho de Jair Bolsonaro e de Jorginho Mello na maior cidade do Sul. 

Aquém

Esse é o panorama. Registre-se que o PSD, que fez quatro dos 13 maiores, mas que, na performance geral, deixou a desejar.

Dados

O PSD perdeu pro PP, que fez 53 prefeitos. Os pessedistas ficaram com 41. E o MDB, que também perdeu terreno, saiu dos 95 prefeitos, baixando para a casa dos 70. Só Jaraguá na conta emedebista entre as cidades mais populosas. 

Consolidação

O resultado eleitoral sinaliza claramente para uma posição de afirmação política de Jorginho Mello, fortalecendo inclusive o projeto de reeleição. Até porque o seu governo vem merecendo aceitação e aprovação popular.

Onda

Lá à frente, em 2026, a tendência é que Bolsonaro influencie em Santa Catarina como já influenciou em 2018 e 2022. Há seis anos, o ex-presidente elegeu um ilustre desconhecido governador, Carlos Moisés da Silva. Em 2022 ele ajudou, de maneira determinante, a eleição de Jorginho Mello, que já conta com seu apoio e que será decisivo.

Lorota

É conversa mole essa história de que o eleitorado catarinense é potencialmente conservador, mas não necessariamente bolsonarista. É só pra chover no molhado. No âmbito do conservadorismo catarinense está embutido o bolsonarismo de maneira amplamente majoritária. 

Ou seja, as eleições municipais escancararam ainda mais o caminho para 2026 sob a ótica do governador Jorginho Mello.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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