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Feliz Ano eleitoral

Por Cláudio Prisco Paraíso
09/01/2024 - 08h41.Atualizada em 09/01/2024 - 08h43

Esta semana começou, efetivamente, o ano de 2024, que é um período essencialmente eleitoral. Teremos a renovação de comando nos 295 municípios catarinenses com as escolhas de seus gestores e respectivos vereadores. 

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Costumamos dizer aqui que nas pequenas e médias cidades – mais de 80% em Santa Catarina – a escolha será essencialmente local, considerando-se as realizações das atuais administrações e também as peculiaridades de cada município. 

Neste ano, contudo, teremos uma novidade. Um ex-presidente, Jair Bolsonaro, desalojado do Palácio do Planalto, mas que sempre recebeu o apoio maciço dos catarinenses, entrará de corpo e alma na disputa. 

Em 2020, no exercício da Presidência, ele não se envolveu no pleito. Neste ano, o presidente de honra do PL nacional estará com tempo disponível. Dispõe, ainda, de outras motivações para dedicar-se como cabo eleitoral. Uma delas é a presença de seu quarto filho homem, Renan, na disputa. Ele mora em Balneário Camboriú, é lotado na assessoria do senador Jorge Seif e será candidato a vereador. 

Conservadorismo

Mas não fica só nisso. Considerando-se os 10 maiores colégios eleitorais do Brasil, nenhum se aproxima de Santa Catarina em termos de respaldo eleitoral a Jair Bolsonaro. Em 2018, ele conquistou quase 76% dos votos. Contra o poste Haddad. Em 2022, contra Lula da Silva, ele fez 70% dos sufrágios. 

Origens

Não resta a menor dúvida da supremacia do voto conservador no estado, com suas colônias italiana, alemã e portuguesa, nessa ordem de grandeza. O Vale do Itajaí constitui-se na região mais bolsonarista do Brasil. 

Recados

As motivações são as mais variadas para o ex-presidente. Recentemente, ele declarou que Jorginho Mello é seu governador favorito. Bem verdade que o líder do PL brasileiro quis dar uma estocada no seu ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que ele elegeu governador em São Paulo. Sob a ótica de Bolsonaro talvez Freitas esteja tricotando um pouco além das expectativas em relação ao Planalto. 

Mau presságio

Sem contar que o gestor paulista tem como articulador político Gilberto Kassab, o chefão da máfia do PSD, partido que cada vez está mais assemelhado com o PT. Não só no plano nacional como no contexto estadual. 

Nas alturas

Também faz pouco tempo que o ex-presidente declarou que Jorginho é uma alternativa à Presidência. Evidentemente foi mais um recadaço a Tarcísio de Freitas. 

Identificação

Isso tudo já fortalece a presença de Bolsonaro como grande cabo eleitoral nas grandes cidades catarinenses. 

Rejeição

Nas pequenas e médias, a influência pode vir na mão contrária, ou seja, pelo fator Lula da Silva. Embora a reforma tributária só vai mostrar efetivamente suas garras a partir de 2025, 2026, os prefeitos e lideranças municipais sabem que as mudanças são para aumentar a carga tributária e concentrar ainda mais recursos em Brasília.

Histórico

Pela primeira vez, a eleição municipal poderá ganhar contornos mais nacionais, inclusive nas pequenas e médias cidades, sobretudo num estado em que Bolsonaro tem grande influência sobre seu destino político-eleitoral. 

Atenção

É bom ficarem atentos. Ainda mais que o ex-presidente está com tempo disponível. Terá condições de frequentar cidades estratégicas no Brasil inteiro. Bastará dar uma passada no município polo da microrregião e sua influência será irradiada aos demais. 

Musculatura

Ou seja, o PL pode surpreender muita gente em SC. Não o MDB, que deverá fazer os seus 80 prefeitos, no mínimo. E nem o PP, que deverá eleger entre 40 e 50 prefeitos. Mas especialmente o PSD, que imagina que fará algo em torno de sete dezenas de prefeituras. 

Fatores

O MDB, que sempre fez algo em torno de 100 prefeituras, deverá perder consistência. O que não deve incomodar muito a turma do Manda Brasa. O que todos eles sabem, pepebistas e emedebistas, ao fim e ao cabo, é que o futuro deles em 2026 passa pelo PL e pela recondução de Jorginho Mello.

Perspectivas para 2024

Por Cláudio Prisco Paraíso
06/01/2024 - 07h54.Atualizada em 06/01/2024 - 07h54

O ano vai começando, efetivamente, em todos os setores. É assim também na política. 2024 será estratégico porque vai ter grande influência nas eleições de 2026. 

Exatamente isso, caro leitor. Tanto é assim que já se observa no plano nacional Lula da Silva tendo mais presença em São Paulo, onde seu apadrinhado político da vez e o líder de invasões de imóveis particulares, Guilherme Boulos (PSOL). 

Até porque a Capital paulista detém o terceiro maior orçamento da República, perdendo apenas para a União e para o estado de São Paulo. 
No apagar das luzes de 2023, Jair Bolsonaro não deixou por menos. Anunciou seu apoio e o do PL ao prefeito Ricardo Nunes, MDB. 

A polarização seguirá, gostem ou não, nos grandes centros urbanos. Em Santa Catarina não será diferente. O resultado do pleito municipal influenciará as eleições gerais daqui a dois anos. 
Jorginho Mello é candidatíssimo à reeleição. Por ora, só tem como adversário, efetivamente, o petista Décio Lima, que voltou a ter alguma ribalta pelo poder econômico do Sebrae nacional.

Até aqui, o compadre do chefão da Organização mantém o controle sobre o partido em Santa Catarina, o que pode lhe garantir uma terceira candidatura consecutiva ao governo do estado. 

Fora isso, outros nomes que poderão se viabilizar dependendo do resultado das urnas. 
João Rodrigues, de Chapecó, a Capital do Oeste, precisa garantir a reeleição para sonhar com o voo estadual. 

Clésio Salvaro, também do PSD, sairá fortalecido se conseguir emplacar o sucessor em Criciúma (Arleu da Silveira), maior cidade do Sul catarinense. 

O mesmo raciocínio vale para Adriano Silva, do Novo, prefeito da cidade mais populosa de Santa Catarina. Uma vez reeleito em Joinville, onde ele terá o apoio do PSD, ele também poderá se apresentar como alternativa majoritária estadual. 

Fora esses, não há mais nada. MDB e PP, partidos tradicionalíssimos por aqui, não têm nomes para fazer frente a Jorginho Mello e seus prováveis oponentes em 2026. Tudo leva a crer que progressistas e emedebistas vão se incorporar no projeto de reeleição do atual governador.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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