O ano vai começando, efetivamente, em todos os setores. É assim também na política. 2024 será estratégico porque vai ter grande influência nas eleições de 2026.
Exatamente isso, caro leitor. Tanto é assim que já se observa no plano nacional Lula da Silva tendo mais presença em São Paulo, onde seu apadrinhado político da vez e o líder de invasões de imóveis particulares, Guilherme Boulos (PSOL).
Até porque a Capital paulista detém o terceiro maior orçamento da República, perdendo apenas para a União e para o estado de São Paulo.
No apagar das luzes de 2023, Jair Bolsonaro não deixou por menos. Anunciou seu apoio e o do PL ao prefeito Ricardo Nunes, MDB.
A polarização seguirá, gostem ou não, nos grandes centros urbanos. Em Santa Catarina não será diferente. O resultado do pleito municipal influenciará as eleições gerais daqui a dois anos.
Jorginho Mello é candidatíssimo à reeleição. Por ora, só tem como adversário, efetivamente, o petista Décio Lima, que voltou a ter alguma ribalta pelo poder econômico do Sebrae nacional.
Até aqui, o compadre do chefão da Organização mantém o controle sobre o partido em Santa Catarina, o que pode lhe garantir uma terceira candidatura consecutiva ao governo do estado.
Fora isso, outros nomes que poderão se viabilizar dependendo do resultado das urnas.
João Rodrigues, de Chapecó, a Capital do Oeste, precisa garantir a reeleição para sonhar com o voo estadual.
Clésio Salvaro, também do PSD, sairá fortalecido se conseguir emplacar o sucessor em Criciúma (Arleu da Silveira), maior cidade do Sul catarinense.
O mesmo raciocínio vale para Adriano Silva, do Novo, prefeito da cidade mais populosa de Santa Catarina. Uma vez reeleito em Joinville, onde ele terá o apoio do PSD, ele também poderá se apresentar como alternativa majoritária estadual.
Fora esses, não há mais nada. MDB e PP, partidos tradicionalíssimos por aqui, não têm nomes para fazer frente a Jorginho Mello e seus prováveis oponentes em 2026. Tudo leva a crer que progressistas e emedebistas vão se incorporar no projeto de reeleição do atual governador.
O ano terminou fatídico para o PT catarinense. O partido não poderia ter tido um exercício mais desalentador do que esse.
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Isso que estamos falando do primeiro ano de Lula da Silva na Presidência da República no seu terceiro mandato.
2023 também a chegada do seu compadre, Décio Lima, que foi o candidato a governador, chegando ao segundo turno em 2022 para ser alçado à presidência do Sebrae Nacional, entidade que possui um orçamento bilionário. O cargo é cobiçadíssimo. Mais forte do que boa parte dos 38 ministérios do governo federal. Décio, além de ter sido candidato ao governo, continua presidindo o PT catarinense.
Temos que reconhecer que recursos chegaram para as rodovias até num volume razoável neste ano que se encerra. Considerável comparando-se ao desastre que foram os quatro anos do governo Bolsonaro no que diz respeito às reivindicações logísticas e infra estruturais de um estado que o elegeu em 2018 com estupenda votação, performance repetida em 2022.
Assolamento
O último trimestre deste ano foi marcado pelos eventos climáticos que arrasaram, destruíram dezenas de municípios, especialmente no Alto Vale do Itajaí.
Vida dura
Muitos catarinenses seguem ainda longe de suas casas. Muitas foram perdidas. E o que tivemos de presença do governo da União, considerando-se que Décio Lima está no governo? Praticamente nada.
Teatro
Vieram ao estado, dois ou três ministros, em duas oportunidades, mas de concreto, de objetivo, somente migalhas.
Portento
SC não merece migalhas. Aqui está a sexta economia do Brasil. Mandamos de impostos federais para Brasília mais de R$ 100 bi anuais e não recebemos nem 10% disso de retorno. Em situações cruciais, dramáticos, o que se recebe é a ausência do governo federal.
Viajando da Silva
O presidente da República ficou 62 dias no exterior. Viajou por 30 países. E não teve tempo para dedicar meia dúzia de horas para vir a SC marcar presença, solidarizar-se com o povo catarinense. Especialmente nesse momento emergencial onde o governo federal tem a força nacional, defesa civil, instrumentos capazes de atenuar os prejuízos.
Rancor
Se eventualmente Lula da Silva fez isso de birra, de retaliação pelos 30% dos votos no segundo turno do ano passado, contra os 70% de Jair Bolsonaro, além de estar errado, vai colher o que está plantando na próxima eleição nacional.
Troco
Mas isso será verificado já em 2024. O PT não tem um prefeito entre os 295 do estado. O PT é forte no Oeste catarinense. Os quatro estaduais são de lá e um federal, igualmente. Mas é esperar pra ver o partido bater em duas dezenas de prefeitos eleitos em 2024.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.