O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, passou seis meses na Austrália. Retornou em dezembro e já começou a movimentar o ambiente político-partidário de Florianópolis. Esteve, evidentemente, com aquele que o sucedeu após sua renúncia, Topázio Neto, que foi seu candidato a vice em 2020.
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O atual prefeito foi efetivado no cargo em 31 de março do ano passado. Gean participou, ainda, de outras duas rodadas curiosas com potenciais adversários de Topázio no ano que vem. Ainda mais curioso foi observar que os dois políticos contactados por Gean já foram seus adversários no passado recente.
Pedrão Silvestre, do PP, sempre esteve em trincheiras opostas às do ex-prefeito. Fez oposição ao governo de Gean como vereador e disputou duas vezes a prefeitura contra ele.
Amigos de ocasião
Já Dário Berger foi aliado político de Gean Loureiro. Na verdade, as duas gestões de Berger na prefeitura da Capital fizeram com que o então vereador de cinco mandatos ganhasse musculatura e corpo. Tanto é que ele foi candidato em 2012, quando acabou derrotado por César Souza Junior, mas ganhou em 2016 e se reelegeu, no primeiro turno, em 2020.
Recados
Ocorre que essas conversas com Pedrão e Berger podem estar sinalizando para Topázio que Gean acredita que o candidato a vice no ano que vem teria que ser alguém do seu grupo, do seu partido, o União Brasil.
Vaga cobiçada
O ex-prefeito já percebeu que tanto o governador Jorginho Mello, do PL, quanto o seu antecessor, Moisés da Silva, do Republicanos, tentam emplacar o parceiro de chapa de Topázio Neto.
Análise
Aliás, o prefeito terá que colocar na balança se entrega a vice para Jorginho Mello, Carlos Moisés ou para Gean Loureiro.
Caminho
Ao natural, considerando-se as circunstâncias de momento, o ideal seria a parceria com o governador. Não só pelo aspecto administrativo e de liberação de recursos, mas porque o lançamento de uma candidatura do PL poderia ser incômoda para Topázio.
Alô, alô
Esses encontros de Gean podem ser interpretados como um recado para o prefeito. Só que a vaga de vice é uma só e Topázio terá que escolher.
Água e óleo
As eleições de 2020, quando Gean foi reconduzido no primeiro round, mais uma vez demonstraram que essas alianças eventuais, que não são bem assimiladas pelo eleitorado, podem receber o troco nas urnas.
Inimigos
Foi o caso das famílias Berger e Amin. Dário, rompido com Gean, resolveu apoiar Angela Amin. Sempre foram famílias arqui-inimigas.
Tiro no pé
O apoio de Dário foi prejudicial a ela, que ficou em um modestíssimo quarto lugar no pleito passado, perdendo, também, para Pedrão e para o professor Elson, do PSOL. Ou seja, essas coligações esdrúxulas são repelidas pelo eleitorado. Então Gean com Pedrão, dupla até agora rival; ou a retomada da composição entre Gean e Dário pode não ser digerida pelo eleitor da Capital, que é politizado.
Avançando
Topázio Neto sabe disso e encaminha a aliança com o PL, mas tentando manter, no seu grupo político, o próprio Gean. Quanto ao ex-governador Moisés, não se trata de uma figura central na Capital.
Incógnita
Resta saber se o Republicanos ainda assim ficaria com Topázio ou não. Muito provavelmente, não. Dificilmente o prefeito conseguiria reunir, no mesmo palanque, Jorginho e Moisés.
Pedra no sapato
A grande dificuldade em relação ao governador nem é Gean Loureiro - eles já foram aliados no passado - e sim com Moisés da Silva, com quem o atual mandatário teve os embates mais pesados na campanha do ano passado. De qualquer forma, o retorno de Gean a Florianópolis deu uma esquentada nos bastidores políticos da Capital.
Abrimos a última semana útil do ano de 2023. Com algumas votações significativas ainda na Alesc, mas em Brasília, as duas casas limparam a pauta. O Congresso vai se reunir para apreciar e votar a peça orçamentária da União.
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Na semana passada, o governo, o presidente da República, teve dois vetos derrubados. Em assuntos que eles consideravam estratégicos, da maior importância.
Verdade que Sob Lula III aprovou-se a reforma tributária – que vai penalizar, para surpresa zero, estados produtores como Santa Catarina – mas o restabelecimento do Marco Temporal para terras de indígenas e a manutenção da desoneração da folha de pagamento foram derrotas acachapantes para Lula da Silva e seus camaradas.
A Câmara havia estabelecido os patamares do Marco Temporal, mas as supremas togas decidiram na direção oposta ao que foi deliberado pelos deputados.
Num rasgo de independência, o pulha do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instou o Senado a se manifestar. Os senadores foram na linha dos deputados e soterraram o encaminhamento do STF.
Tudo em casa
O chefe da Organização vai promover hoje um jantar com os 11 supremos. Evidentemente que vai tentar ressuscitar o assunto do Marco Temporal. Nem vamos entrar na questão da desoneração da folha.
As leis somos nós
Será que os ministros do STF vão ter o atrevimento, a petulância, a ousadia de tentarem algum movimento? Certamente serão provocados pela Advocacia Geral da União.
Temporalidade
Esse ano é pouco provável, mas não se pode duvidar de absolutamente nada quando se fala dessa composição do STF, a pior de todos os tempos e o que há de pior no Brasil.
Conluio
Há uma grande identificação “ética e moral” entre o Planalto e o Supremo. Se essa decisão da corte vier, vamos observar como vão reagir as duas casas legislativas.
Ou reage ou fecha
Nessa questão crucial do Marco Temporal, se o STF atropelar, de novo, o Congresso então é melhor fechar logo a Câmara e o Senado como fez Ernesto Geisel, general-presidente no pacote de Abril de 1977. Melhor fechar as bodegas, pois não tem serventia alguma.
O que vale o voto?
São 594 integrantes (513 deputados e 81 senadores), todos eleitos pelo voto popular, mas os 11 supremos, que nunca disputaram uma eleição para síndico sequer, atuam como se estivessem acima do bem ou do mal. As supremas togas estão dando um cala-boca geral em todos os segmentos. A reação tem que vir via Congresso Nacional. E se não vier, podem fechar o país para balanço.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.