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Jorginho, o governo, o partido e a eleição na Alesc

Por Cláudio Prisco Paraíso
13/07/2024 - 08h18.Atualizada em 13/07/2024 - 08h18

Não é novidade para ninguém que Jorginho Mello acumula a função de governador, no contexto administrativo, com a de presidente estadual do PL, essa no viés partidário.

Dessa maneira, o governador encaminha todos os assuntos relacionados ao partido e também aqueles diretamente ligados às questões eleitorais, considerando-se as eleições municipais.

Já foi dito, também, que o chefe do Executivo não costuma ouvir muito os deputados, sejam eles estaduais ou federais. Nem mesmo o senador Seif. E muito menos os prefeitos filiados à sigla.  As articulações para definição de candidaturas, de coligações, passam diretamente pelo  governador.

De quebra, ele também é o responsável pela articulação junto à Assembleia Legislativa. Tanto é que uma composição entre MDB e PL está muito próxima de ser consolidada. O encaminhamento é para a divisão de mandato.

A eleição da nova mesa do Parlamento será em 1 de fevereiro do ano que vem. Estamos falando de um mandato de dois anos.

No primeiro ano a proa da Alesc ficaria nas mãos de um emedebista e o segundo seria destinado a um liberal.

Datas

Essa construção de Jorginho converge para que os dois partidos, o MDB é governo, pilotem a Assembleia Legislativa na segunda metade do seu mandato de governador. Passando, ainda, pelas próprias eleições majoritárias de 2026. A concentração é absoluta.

Desconforto

O governador busca cada vez mais a concentração de poder. Administrativo e partidário.  Inclusive, esse modus operandi de Jorginho Mello incomoda parlamentares, especialmente  aqueles correligionários. O PL tem 12 deputados estaduais e cinco federais, mais o senador Jorge Seif.

Círculo restrito

Diante dessa realidade, surge a dúvida: Jorginho Mello é aconselhado, ou se aconselha com quem efetivamente? Quem são aqueles colaboradores, aliados ou amigos que mais influenciam nos encaminhamentos do governador?  Podemos apontar nada mais do que três nomes neste momento.

Sangue

Um deles é do seio familiar, o primogênito Bruno Mello, guidado por Jorginho à condição de primeiro vice-presidente estadual do PL e que tem articulado muito em nome do governador.

Tacada

Aliás, foi dele que partiu a proposta de uma composição com o prefeito Topázio Silveira Neto.  Aliança que implicará na indicação de um liberal para vice do prefeito no projeto  de reeleição na Capital.

Colegiado

Além de Bruno Mello, outros dois personagens têm uma ascendência considerável sobre o governador. Os dois eram secretários de Estado, mas apenas um permaneceu no governo.

Candidatura

Explica-se. A deputada federal Carmen Zanotto reassumiu o mandato, se desincompatibilizou da titularidade da Saúde porque será candidata à prefeitura de Lages, cidade que deixou de administrar nesse último período por ter sido derrotada na reeleição de Antônio Ceron, em 2020, por míseros 56  votos.

Espectro ideológico

Ela pertence ao Cidadania, partido de viés canhoto até a medula. Naturalmente, no entanto, uma vez eleita, Carmen deve buscar abrigo em alguma legenda que integre o guarda-chuva partidário de Jorginho Mello. Ela, de sua experiência de três mandatos de deputada federal, tricota consideravelmente com o governador.

Âncora

E o terceiro e último nome é do secretário Beto Martins (Portos e Aeroportos), ex-prefeito de dois mandatos  de Imbituba. Ele foi escolhido por Jorginho, representando o Sul, para segundo suplente da hoje senadora Ivete Appel da Silveira.

Sobrenome

A primeira suplente veio do Norte. Era justamente a viúva de Luiz Henrique da Silveira, que virou titular na Câmara Alta após a vitória do líder do PL catarinense na eleição para o governo. Não é de hoje que Beto Martins tem uma aproximação considerável junto a Jorginho Mello. O governador também o escuta com bastante frequência.

Trio

Então o tripé é esse: Bruno Mello, Carmen Zanotto e Beto Martins. Mas, com relação a Beto Martins, existe um detalhe.

Sanha

Nos últimos dois meses, sem a participação direta do governador, ocorreu uma negociação no sentido de que Beto Martins pudesse vir a assumir a vaga no Senado. Aquela mesma que caiu no colo de Ivete Appel da Silveira.

Chega pra lá

Inicialmente falou-se em uma licença de quatro meses para ela. Mas, na verdade, mais recentemente, a negociação aconteceu na direção de que a senadora renunciasse para Beto Martins completar o mandato de senador.

Na praia

A coisa havia evoluído a tal ponto que já se discutia uma data, se a renúncia seria ainda em 2024, na virada do ano, ou um pouco mais à frente, em 2025. Seria a divisão da segunda metade do mandato conquistado pelo próprio Jorginho em 2018,  com Ivete Appel da Silveira ficando com dois anos e Beto Martins outros dois anos no cargo de senador. Há, porém, indicativos consistentes de que essa articulação acabou caindo por terra.

O substituto de Jair Bolsonaro

Por Cláudio Prisco Paraíso
12/07/2024 - 08h19.Atualizada em 12/07/2024 - 08h19

O PL Nacional está se estruturando para ter uma candidatura própria à Presidência da República.  Quem seria o candidato? O primogênito de Jair Bolsonaro, Flávio, é uma opção para ficar na família, na questão do sangue.

A segunda opção, desde que assine ficha no PL, é Tarcísio de Freitas. Um empecilho maior do que o endereço partidário para ele, contudo, é decidir pela renúncia ao governo de São Paulo.

A terceira alternativa seria buscar um entendimento com Ronaldo Caiado, reeleito governador de Goiás. Também não se pode esquecer de Romeu Zema, reeleito de Minas Gerais. Caiado é filiado ao União Brasil e Zema ao Novo.
Enfim, as alternativas são as mais variadas.

Há, também, quem raciocine que mais importante do que a Presidência da República é, efetivamente, aproveitar a renovação de dois terços do Senado da República para tentar cravar o maior número possível de senadores de direita. O foco é o Senado porque na Câmara a maioria já foi bem estabelecida em 2022.

Oposição majoritária

Lula da Silva tem passado trabalho entre os deputados. Aqui ou ali conquista uma vitória, mas, esmagadoramente, vem colecionando derrotas. Então é hora de tentar controlar, buscar uma bancada majoritária na Câmara Alta.

Margem de segurança

Evidentemente que o PL almeja eleger o presidente. Mas, continuando na oposição e obtendo maioria nas duas Casas Legislativas, será possível brecar algumas situações. Além de ter algum tipo de controle sobre aquilo que hoje está completamente descontrolado, que é o Supremo Tribunal Federal.

Dever constitucional

O Senado, além de abrigar os representantes dos estados no Congresso Nacional, tem atribuições constitucionais importantes no contexto da República. Inclusive a de sabatinar e de aprovar ministros supremos e cobrar deles a devida prestação de contas.

Lacaio

Sob a presidência do serviçal, do capacho Rodrigo Pacheco, o Senado simplesmente faz cara de paisagem ante as atrocidades constitucionais, legais e processuais cometidas sistematicamente por integrantes da suprema corte.

Frouxo

Pacheco, filiado ao PSD de Minas Gerais, fica contemporizando, fazendo média com o Supremo e o Planalto.  Na verdade, ele é uma extensão do consórcio STF-Planalto.

Guinada

Agora, se a oposição eleger uma maioria lá na frente, a história poderá ser outra, porque o presidente da Casa não estará à mercê dessas circunstâncias.

Noite

A grande realidade é que hoje o governo Lula, ou desgoverno Lula, vem fazendo e desfazendo coisas do arco-da-velha, como as negociatas para favorecer o sempre suspeitíssimo Grupo JBS, e não sofre nenhum tipo de questionamento do Supremo. Nada, zero.

Dia

No governo do antecessor do atual inquilino do Palácio Planalto, a cada dois, três dias, Alexandre de Moraes, o déspota, ou algum outro ministro, despachava esclarecimentos, pedidos para o governo responder em 24 horas, 48 horas. Além de derrubar, não raras vezes, decisões tomadas a partir do poder discricionário do cargo de presidente da República, por despacho monocrático, impedindo o avanço do governo em algumas frentes.

Só alegria

A realidade é um céu de brigadeiro para o governo Lula. Por quê?  Porque existe o consórcio, estão alinhados. Primeiro porque foram os senhores e senhoras ministros e ministras do STF, os responsáveis por libertar Lula e restabelecer os seus direitos políticos. Segundo porque conduziram as eleições de 2022 de forma tendenciosa, e, como cereja do bolo, ainda acomodaram Geraldo Alckmin como vice.

Estepe

Precisando se livrar do cidadão que foi importante para derrotar Bolsonaro, os supremos podem entregar o país para aquele que representa o status quo. Simples assim.  Essa é a realidade.

Recordista

Foi nesse diapasão que Nikolas Ferreira, que obteve a maior votação proporcional do país, um milhão e meio de votos para deputado federal em Minas Gerais, deu uma declaração interessante. Ele defende a família Bolsonaro no Senado: Michelle pelo Distrito Federal; Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal, por São Paulo, concorrendo ao Senado; e Flávio Bolsonaro buscando a reeleição no Rio de Janeiro.

Conexão SC

Como Carlos Bolsonaro também tem sua base eleitoral no Rio de Janeiro, onde é vereador, ele poderia transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina,  candidatando-se ao Senado na chapa de reeleição de Jorginho Mello ao governo.

Dupla

Mas serão duas vagas ao Senado no pleito de 2026.  Poderíamos então ter Carlos Bolsonaro e um outro nome como Esperidião Amin na majoritária. E o MDB de vice.  Até porque o filho 04 já está em Balneário Camboriú concorrendo a vereador, para depois ir a federal.

Linhagem

Além do 04 já estar por aqui, vale lembrar que, em 2022, Bolsonaro indicou o 06, adotivo, Jorge Seif, para concorrer ao Senado e se eleger com um milhão e meio de votos.  Já andam propagando que seria influência demais dos Bolsonaros no eleitorado de Santa Catarina.  O eleitor que escolhe. Não é assim nos regimes democráticos?

É do jogo

Se o eleitor está alinhado a Bolsonaro e o ex-presidente indica um filho carioca para disputar aqui, ele transferindo domicílio eleitoral, qual é o problema?  Podem questionar, ainda, se nós não temos lideranças disponíveis e qualificadas? Temos. Mas hoje o quadro é esse.  Santa Catarina tem ojeriza à esquerda e, particularmente, ao PT.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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