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Cenário desafiador para o governador

Por Cláudio Prisco Paraíso
27/09/2025 - 06h52

Jorginho Mello terá pela frente, nos próximos meses, um desafio a ser enfrentado, que é a composição da chapa majoritária a ser liderada por ele em 2026. Estava tudo mais ou menos alinhavado.
Esperidião Amin ficaria com uma vaga ao Senado. Aliás, algo em comum entre os dois está o fato de que ambos se elegeram ao Senado em 2018. Quatro anos depois se enfrentaram na disputa ao governo.


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Amin acabou apoiando Jorginho contra Décio no segundo turno. Mas, ficou uma rusga. Que perdeu força com a formação da federação reunindo o PP e o União Brasil. Desse casamento, consolidou-se o nome de Amin.
Só que Jorginho Mello, há meses atrás, já havia dito que o nome do PL ao Senado seria o da recordista de votos Carol De Toni. Estava tudo acertado. A vaga de vice reservada ao MDB.

Goela-abaixo

Só que nesse meio tempo Jair Bolsonaro chamou Jorginho dizendo que Carluxo, o 02, desejava concorrer ao Senado em Santa Catarina. E que estava sendo indicado por ele, o ex-presidente. A outra vaga ficaria por conta de Jorginho.

Forte

Em tal contexto, o governador não poderia desprezar a federação batizada de União Progressista, sob pena dela buscar um outro caminho na composição majoritária da disputa ao governo em Santa Catarina.

Escanteio

Com isso, sobraria Carol, que iria à reeleição. Pelo menos foi o que afirmou o presidente nacional, Valdemar da Costa Neto, que transferiu a responsabilidade dessa solução para o governador que preside o PL catarinense. Estava criado o impasse. Até porque Flávio Bolsonaro, senador, respalda o encaminhamento.

Outra linha

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, aponta para Carol De Toni. E o ex-presidente cacifou o filho, Carluxo. Ou seja, a própria família Bolsonaro está dividida, com Costa Neto lavando as mãos e Jorginho Mello tendo que conviver com essa situação.

Visitas

Na próxima semana, na terça-feira, será o dia da visita de Carol De Toni a Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar na sua residência, na Capital federal. No dia seguinte, quarta, será a vez de Esperidião Amin. Ambos falarão sobre a situação do Senado em Santa Catarina.

Derrapada

Recentemente, o governador deu uma declaração infeliz, dizendo que Carol poderia concorrer por outro partido e depois voltaria para o PL. Esse outro partido poderia ser o Republicanos, que, aliás, também está sob comando de Jorginho Mello no estado.

Alvoroço

Ocorre que essa situação criou um sobressalto entre os Progressistas. Eles estão se perguntando: então a Carol vai para outro partido, ela e o Carluxo levam os votos bolsonaristas e Esperidião Amin fica na estrada? Se é uma coligação, precisa haver confiabilidade recíproca. Sob pena de passarem a impressão de que estão largando o atual senador pelo PP aos leões.

CNPJ

Porque o PL receberia o apoio da federação, se o acordo é apenas pró-forma? Considerando-se que o que se desenha é um jogo para eleger Carol fora da coligação. Na medida em que ela respaldaria também a candidatura de Jorginho Mello. O Republicanos tem como vice-presidente o irmão do governador.

Nuvens carregadas

O quadro não é dos mais tranquilos, há preocupação no ar. Se Jorginho Mello deixar transparecer a sensação de que uma candidatura alternativa de Carol De Toni por um outro partido é para enterrar precocemente a candidatura de Esperidião Amin à reeleição, aí pode estar o estopim de uma reviravolta.

Imolação

A única saída seria com o sacrifício de Jorge Seif, que vai ser julgado. Ele terá seu mandato avaliado pelo Tribunal Superior Eleitoral ainda este ano. Na eventualidade de ser cassado, Santa Catarina elegeria três senadores no ano que vem. Sendo que na vaga de Seif, em eleição suplementar, mas para um mandato de apenas quatro anos.
Carol De Toni poderia ser escalada numa solução dessa, assim contemplando os três nomes ao Senado.

Realidade política de SC transformada em três anos

Por Cláudio Prisco Paraíso
26/09/2025 - 08h43

Nas eleições de 2022, tivemos, em Santa Catarina, seis grandes candidaturas ao governo. Cinco delas no campo conservador e uma única no contexto de esquerda.
Décio Lima, do PT, conseguiu carimbar passaporte para o segundo turno justamente pela pulverização de votos da outra extremidade ideológica. Vamos relembrar: Jorginho Mello, do PL, de Jair Bolsonaro — então presidente que tentava a reeleição — também chegou à grande final. Mas outros quatro estavam na disputa: o senador Esperidião Amin; o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro; o então governador Carlos Moisés; e o promotor público Odair Tramontin.

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Ainda com a candidatura de Lula à Presidência, a quem Décio é intimamente ligado, isso contribuiu para que ele suplantasse, por pequena margem, o governador à época, o próprio Moisés. Transcorridos três anos, existe uma realidade eleitoral completamente diferente no estado.

Balão de ensaio

Senão, vejamos. Quem, efetivamente, são os pré-candidatos ao governo? Evidentemente não valem essas pré-candidaturas lançadas ao vento para conseguir algum espaço na majoritária, como é o caso do vereador de Florianópolis, Afrânio Boppré, do PSOL; ou mesmo a do deputado estadual Marcos Vieira, do PSDB, que certamente lança mão desse expediente para obter alguma vantagem de ordem político-eleitoral.

Pra valer

Sob o aspecto partidário, o PSDB praticamente inexiste no Brasil e em Santa Catarina. Para valer mesmo, estão com o bloco na rua: Décio Lima ou, eventualmente, o atual presidente do PT catarinense, o deputado estadual Fabiano da Luz — ele ou Décio Lima pelos vermelhos; o governador Jorginho Mello, candidato natural à reeleição; e uma terceira candidatura que se apresenta há mais de um ano, mas que não consegue ficar de pé: a do prefeito de Chapecó, João Rodrigues.

João solo

Ele não conta sequer com um partido alinhado a seu projeto eleitoral. E, para piorar, nem desfruta de unidade partidária, porque o principal prefeito da sigla, Topázio Silveira Neto, de Florianópolis, defende a participação do PSD na coligação liderada por Jorginho Mello.

Dupla

Assim como o ex-deputado Paulinho Bornhausen. Quanto ao ex-governador de dois mandatos, Raimundo Colombo, tem se esquivado de participar dos movimentos de João Rodrigues. O lageano só participou de um evento na sua terra natal, quando lá esteve o prefeito de Chapecó. Fora isso, Colombo tem ficado apenas observando. Outros prefeitos pessedistas já começam a sinalizar, nos bastidores, alinhamento ao atual governador.

Escassez

Além de não contar com partidos para lhe respaldar e nem mesmo com a integridade de sua própria sigla, quais são as alternativas de João Rodrigues para compor a chapa majoritária? Clésio Salvaro, ex-prefeito de Criciúma, já se apresentou como alternativa para ser vice.

Sem votos

O nome de Eron Giordani, que preside o PSD no estado, é lembrado para o Senado. Mas são duas vagas, e esta ainda não tem sequer um nome especulado. A chapa, até aqui, fica incompleta e restrita ao PSD.

Pulando fora

Ocorre que, em março de 2026, abrir-se-á a famosa e aguardada janela para mudanças de endereço partidário. Muita gente do PSD pode bater em retirada e buscar filiação, seja no PL de Jorginho Mello, seja no Republicanos, que está no guarda-chuva das alianças do atual governador.

Boquirroto

A situação de João Rodrigues é de tal forma desesperadora que ele, mais uma vez, aciona a metralhadora giratória e vai para as redes sociais atacando jornalistas e adversários, na tentativa de justificar justamente a sua fragilidade nesse período pré-eleitoral.

Caindo pelas tabelas

João “Verdade” tem todo o direito de ser candidato, naturalmente. Mas, com uma candidatura “batendo pino” como ela se encontra, o PSD terá sérias dificuldades de compor as respectivas chapas proporcionais de candidatos à Câmara e à Assembleia.

Porto seguro

Explica-se: o cidadão que topa a empreitada de disputar a proporcional entra na corrida eleitoral na confiança de que, efetivamente, a chapa majoritária poderá carregar o partido a um porto seguro.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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