Cerca de um terço dos prefeitos de Santa Catarina marcou presença na reunião convocada pela Confederação Nacional dos Municípios, em Brasília, esta semana. Destaque para o prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, que teve seu primeiro compromisso como presidente da Fecam, Federação Catarinense dos Municípios.
O prefeito Adriano Silva, de Joinville, também marcou presença. Os dois conversaram muito, especialmente acerca da legislação e de políticas públicas relacionadas ao atendimento de população em situação de rua, que hoje é uma preocupação no Brasil inteiro, inclusive aqui no Sul.
Em Santa Catarina que é um estado padrão, onde a miséria não se faz presente, o problema cresce e está diretamente relacionado à dependência de álcool e drogas. No Norte e no Nordeste não é diferente.
Aliás, Santa Catarina está, sob o aspecto social, em situação melhor do que os estados do Sudeste e do Centro-Oeste.
Consequência
Só que isso é uma realidade também porque a situação econômica está periclitante e tem tudo para ser desesperadora, especialmente a partir do segundo semestre.
Nas alturas
Estamos vendo aí a escalada de preços nos supermercados, tudo aumentando e corroendo o poder aquisitivo. Não apenas da classe média, evidentemente, mas especialmente da camada popular mais empobrecida.
Pacote
Vamos acompanhar no segundo semestre inflação, recessão, desemprego, tudo por conta da irresponsabilidade administrativa e fiscal deste governo, que gasta muito e mal; e que eleva a tributação perante os empresários e os trabalhadores.
Sem condições
É um quadro que já está fazendo com que muitos venham a aderir à proposta de impeachment contra Lula da Silva. Registre-se que não é uma operação fácil, mas que, dependendo da gravidade, pode entrar na ordem do dia sim.
Tabelando
Mas, retomando a questão dos moradores de rua. Topázio e Adriano vão conversar com os prefeitos catarinenses, especialmente colegas dos 25 maiores municípios do estado. Para que? Para formatar uma proposta a ser levada ao Fórum Parlamentar Catarinense, em Brasília.
Fórum
O colegiado, formado pelos 16 deputados federais e três senadores, pretende apresentar essa colaboração à legislação nacional, que pode e deve ser aprimorada nesse contexto de enfrentamento dessa realidade dos moradores de rua.
Associação
Essa realidade gera insegurança, com elevação da criminalidade, na medida em que muitos dos moradores são usuários de drogas e de álcool. Alguns inclusive andam armados. É um desafio da maior importância.
Cofres
Agora, os prefeitos que foram a Brasília, naturalmente, aproveitaram, além do evento, para realizar uma série de audiências, reuniões, com ministros, dirigentes de empresas, levando as respectivas reivindicações dos seus municípios na expectativa de que, nessa arrancada de gestão, a União possa marcar presença.
Desânimo
Mas a maioria retornou pessimista. Vale lembrar. A partir de 2026 as mudanças tributárias vão chegar aos municípios, que vão ter que dar conta das suas responsabilidades, das suas atribuições, mas com menos recursos.
Socorro
Então, é um quadro que vai ensejar, por parte das novas mesas do Senado e da Câmara, uma reflexão mais aprofundada. Muitas prefeituras estão pela hora da morte. Isso em todas as regiões do país. Especialmente os pequenos municípios, com limitação em suas respectivas arrecadações.
O padre Pedro Baldissera, que já cumpre seu quinto mandato pelo PT na Assembleia Legislativa, no último final de semana se apresentou como nome para concorrer à presidência do partido. As bases pressionam as lideranças partidárias espalhadas pelo estado.
O resultado do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina nas eleições municipais do ano passado foi pífio. Os petistas elegeram sete das 295 prefeituras. Seis no Oeste, base eleitoral do Padre Pedro; e apenas uma prefeitura no Sul. Mas com um detalhe: todas as cidades de pequeno porte.
Nunca o PT havia tido um desempenho tão desalentador como esse. E o responsável maior responde pelo nome de Décio Lima. Isso é óbvio. Ele era e segue sendo o presidente estadual do partido.
Não se licenciou mesmo assumindo a presidência do Sebrae Nacional, indicado que foi pelo próprio presidente da República, seu compadre e amigo.
Desleixo
O PT disputou as eleições sem ter feito nenhum trabalho prévio de estruturação de candidaturas, sejam majoritárias, sejam proporcionais. Elegeu uma mixaria de vereadores em cidades de médio porte. E de grande porte, em muitas sequer elegeu um representante.
Chegou a hora
É o fim da linha. Sem contar que Décio Lima foi o candidato do PT ao governo nas últimas duas eleições. Em 2018, quando disputou solitário, ele teve uma performance que deixou muito a desejar.
Benefícios
E depois, em 2022, pleito no qual chegou ao segundo turno contra Jorginho Mello. Muito menos pela sua atuação política-partidária-eleitoral, pretérita, e muito mais pela candidatura de Lula à presidência.
Divisão
Mas, o que verdadeiramente colocou pela primeira vez na história, em mais de 40 anos, o PT no segundo turno, foi a divisão de candidaturas conservadoras.
Quinteto
Foram cinco, além de Jorginho Mello, também o então governador Carlos Moisés, que perdeu para Décio por menos de 20 mil votos.
Nomes
Mas além de Jorginho e Moisés, também concorreram Esperidião Amin, Gean Loureiro e Odair Tramontin. Única e exclusivamente por isso que Décio Lima chegou ao segundo turno. Aliás, feito esse, que dificilmente se repetirá: um candidato de esquerda na grande final em Santa Catarina. Até porque não teremos tantas candidaturas conservadoras em 2026. Santa Catarina tem alergia, é avessa a figuras do espectro ideológico à esquerda.
Aleluia
Nunca fomos governados por nenhum deles. E por isso Santa Catarina anda tão bem, e encontra-se numa fase tão alvissareira. Essa é a realidade.
Dúvidas
Décio Lima terá dificuldade? Vai disputar contra, Padre Pedro? Vale lembrar que o nome de consenso na bancada deve ser o do líder Fabiano da Luz. É um deputado mais jovem e chegou à Assembleia bem depois de Padre Pedro, Luciane Carminatti e Neodi Saretta, todos com vários mandatos nas costas.
Federal
Fabiano da Luz encarna a renovação? Ou a alternativa poderia vir a ser o deputado federal, já de terceiro mandato, Pedro Uczai? A conferir.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.