Brasileiros e catarinenses foram impactados com o anúncio do tarifaço norte-americano, decretado pelo presidente Donald Trump. Claro que tal encaminhamento já era aguardado e passa a vigorar a partir desta sexta-feira. Mas é quando ele se torna irreversível que as entidades representativas do empresariado começam a fazer as contas. A priori, Santa Catarina tem, ou terá, o quarto maior prejuízo financeiro, algo em torno de R$ 1,7 bilhão.
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Agora, em relação à queda do PIB, o Produto Interno Bruto, a previsão é de 0,31%. Sob essa ótica, SC será o segundo estado mais prejudicado.
Evidentemente, tudo vai depender do detalhamento do pacote anunciado pelo governo americano. Até porque quase 700 produtos foram, na undécima hora, retirados e ficaram de fora do tarifaço.
Santa Catarina é fortemente atingida porque é um estado essencialmente exportador e com uma economia diversificada, o que traz um prejuízo considerável. Ninguém em sã consciência defende o tarifaço, evidentemente que não.
Efeito cascata
É algo que vai gerar quebradeira, especialmente de empresas de pequeno e médio porte. E os catarinenses serão atingidos porque justamente esse é o perfil do estado: pequenas e médias propriedades, pequenas e médias empresas e muitos empreendedores, micro e médios empreendedores.
País no abismo
Tudo isso está ocorrendo justamente pelo descalabro vivido no Brasil nos últimos dois anos e meio em relação ao atual governo, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023. Aliás, não se trata de um governo, é um desgoverno. O Brasil virou um narco-Estado ditatorial e com a economia combalida.
Brasil quebrado
O que já viria com desemprego e também perda de renda e de poder aquisitivo do brasileiro vai chegar mais cedo por causa dessas medidas anunciadas pelo presidente norte-americano. Mas daí a querer imaginar que a população vai engolir essa conversa mole, essa narrativa de Lula da Silva, de que isso é o que provocou o desarranjo econômico-financeiro... Esqueçam! O povo não é bobo: já vinha sentindo na pele, e agora vai sentir mais ainda.
Onda
Num primeiro momento, os preços até vão cair nas prateleiras, mas o desemprego vai chegar. Num segundo momento, ali pelo fim do ano e início do próximo, os preços também vão aumentar.
Único responsável
O eleitorado brasileiro vai colocar isso na conta de Lula da Silva, que há três anos vem atacando Donald Trump, antes mesmo dele assumir esta nova candidatura à Presidência da República, enquanto estava às turras com a Justiça americana. Depois, continuou soltando sua língua suja contra o candidato republicano.
Esquerdopatia
O próprio inquilino do Palácio do Planalto anunciou apoio inicialmente a Joe Biden. Na sequência, respaldou Kamala, além de proferir uma série de impropérios, provocações, desafios e ataques a Donald Trump. Tudo no mais baixo nível, deprimente, o que levou o Brasil a se tornar um pária mundial.
Passou dos limites
A paciência se esgotou. Daí eles ficam nessa conversinha de soberania nacional e não sei o quê, mas só têm que ter soberania nacional em relação aos Estados Unidos. Para a China, para a Rússia e para o Irã – três ditaduras brutais – não precisa.
Comprinhas
Houve até navio militar do Irã atracando no Rio de Janeiro. Comprar combustível da Rússia, que invadiu a Ucrânia, também pode. Sem falar nas negociações comerciais que comprometem a nossa soberania com a ditadura da China. Isso tudo vai vir à luz do dia.
Clareando
Se muitos ainda não estão enxergando, até outubro do ano que vem o brasileiro vai perceber quem é o principal e grande responsável pelo tarifaço, que não tem como objetivo recolocar Jair Bolsonaro na disputa presidencial ou assegurar a anistia.
Contra a canalhice
O principal motivo é dar uma lição na postura leviana e irresponsável de Lula e, especialmente, dar um basta no arbítrio, nas arbitrariedades e no autoritarismo do Supremo Tribunal Federal, notadamente na figura do ministro Alexandre de Moraes, este já sancionado individualmente.
Já era
O Estado Democrático de Direito no Brasil acabou há muito tempo. Hoje vivemos a ditadura da toga, e o governo americano deu uma resposta à censura e à falta de liberdade no Brasil. Simples como dois mais dois são quatro.
O governador Jorginho Mello passou a terça-feira em Brasília, despachando na Secretaria Executiva da Articulação Nacional. A justificativa oficial é simples: havia assuntos pendentes após viagens recentes. Entre os temas, tratou da homenagem que o Senado fará à representação catarinense na capital federal – denominação usada por 30 anos até ser trocada nas últimas duas décadas.
Mas convenhamos: ninguém passa um dia inteiro em Brasília apenas com despachos e agenda cerimonial.
Conversa com Bolsonaro
Em meio a esse cenário, é praticamente certo que Jorginho tenha se encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda mais depois da declaração feita no fim de semana, quando disse que não há acordo para a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina.
Foi, muito provavelmente, um encontro para alinhar discursos e acertar os ponteiros, afinal, esse tema está em ebulição dentro do campo conservador.
Reunião esvaziada
Curioso é que Jorginho retornou ainda na noite de terça e não ficou para a reunião convocada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin com os governadores. E fez muito bem.
A reunião, promovida por um governo inoperante, não traria resultado prático algum. Qual o sentido de sentar à mesa com um vice-presidente que não decide nada? Lula não conversa nem com o empresariado, quanto mais com governadores.
A propósito, a rodada de Alckmin com os governadores acabou cancelada por falta de quórum.
Tarifaço e descaso diplomático
Enquanto o Brasil enfrenta o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, o que faz a diplomacia lulista? Nada. O governo brasileiro demorou mais de 15 dias para reagir. A embaixadora só se mexeu quando tudo já estava consumado.
O chanceler Mauro Vieira foi passar férias na Croácia e na Irlanda, porque recebeu sinal verde de que o Planalto não tinha interesse em negociar. Agora, às pressas, Haddad e Vieira tentam posar de articuladores em Nova Iorque, oferecendo “diálogo” quando o estrago já está feito.
Provocação aos EUA
Lula, por sua vez, preferiu desafiar Donald Trump publicamente desde 2023. Em vez de buscar pontes, optou pela provocação. Resultado: Trump venceu, a Casa Branca fechou as portas, e o Brasil virou alvo do retaliação econômica.
Não é só incompetência. É estratégia de confronto para tentar sobreviver politicamente.
Efeitos das arbitrariedades
As atitudes autoritárias do ministro Alexandre de Moraes também contribuíram para esse cenário. A escalada contra a liberdade de expressão e a perseguição a empresas e cidadãos americanos apenas agravaram a relação. O recado dos EUA é claro: basta!
Narrativa nacionalista
Lula tenta transformar o problema em narrativa eleitoral. Quer posar de defensor da soberania nacional contra o “imperialismo americano”. Acredita que esse discurso possa salvá-lo em 2026.
Mas esquece que, na prática, o eleitor brasileiro vota com a barriga e o bolso. E os dois estão vazios.
Fim de linha
O resultado é um governo enfraquecido, isolado e sem capacidade de reação. O tarifaço foi só a ponta do iceberg. Os próximos meses vão mostrar ainda mais claramente que Lula perdeu o rumo e que a sociedade está cansada de bravata ideológica.
O projeto de reeleição do PT está em frangalhos. E quem paga a conta é o país.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.