É grande a expectativa na classe política de Santa Catarina para o encontro desta quarta-feira entre Jair Bolsonaro e Jorginho Mello. O governador vai visitar o ex-presidente em Brasília. Na pauta, seguramente, estarão questões relacionadas à política nacional, mas também à estadual. Jorginho Mello vai reiterar sua solidariedade ao amigo Bolsonaro.
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Pretende reafirmar que a candidatura de Bolsonaro à Presidência da República ainda pode se tornar uma realidade — como declarou recentemente, mais precisamente na semana passada, o senador catarinense Jorge Seif. Jorginho e Seif opinam que muita coisa ainda vai acontecer até as eleições do ano que vem. Quase um ano nos separam das eleições gerais. Tudo leva a crer, na avaliação da dobradinha liberal, que toda essa pressão de Donald Trump sobre o consórcio Supremo-Planalto poderá desencadear uma reação popular e também uma nova postura do Congresso Nacional. Jair Bolsonaro, avaliam Mello e Seif, ainda poderia tornar-se elegível, revertendo a atual situação.
Província
No que diz respeito a Santa Catarina, o governador foi cirúrgico na declaração que deu na última sexta-feira, em Tubarão, quando reiterou, em caráter definitivo, a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado.
Martelo batido
Ou seja, foi um recado ao ex-presidente: para ele, esse assunto está encerrado e a candidatura está consumada. Com isso, Carol De Toni, deputada federal, acabou escanteada, já que o próprio Jorginho havia lançado seu nome ao Senado em vários momentos, inclusive tratando-a como senadora.
Por exclusão
Mas, como Jorginho Mello parte da premissa de que não haverá chapa pura nem para o governo nem para o Senado, conclui-se, por óbvio, que Carol está fora — porque Jorginho e Carluxo estão dentro.
Na chapa
O governador foi além. Mandou recado também ao MDB, que se reúne no próximo sábado com lideranças nacionais em Balneário Camboriú. Jorginho garantiu a vaga de vice ao Manda Brasa.
UB
Sinalizou, claramente, que a segunda vaga ao Senado será da União Progressista, federação formada por União Brasil e PP. A candidatura natural, evidentemente, é a do senador Esperidião Amin.
Lotação
Quanto ao PSD, Jorginho deu um leve “chega pra lá”. Em política nada é impossível, mas os espaços, ao que tudo indica, estão preenchidos.
A reboque
Ora, se o PSD lá atrás já não veio diante de um aceno por espaço majoritário, agora que todos os espaços estão ocupados, não há mais o que fazer. Ou o PSD vem apenas para apoiar, colocando a proporcional sob o guarda-chuva da chapa majoritária liderada por Jorginho Mello, ou vai para o sacrifício com João Rodrigues — tendo Ratinho Júnior como candidato à Presidência ou não. Não há outra saída.
Datas
Estamos em outubro. Logo ali adiante já chegam o Natal, o Ano Novo, depois o Carnaval. A política volta com o Congresso e as Assembleias, de fato, em março.
Devagar
Em fevereiro, a máquina começa a esquentar, mas sem aquela visibilidade e atividade capazes de provocar repercussões políticas e eleitorais. De modo que esse mês e meio que ainda falta em 2025 será de fundamental importância para sinalizar o rumo da disputa em Santa Catarina — rumos que passam pela conversa entre Jorginho Mello e Jair Bolsonaro.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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