A recente movimentação no Senado em torno do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes revelou muito mais do que uma simples divisão política: mostrou quem realmente está disposto a exercer sua independência.
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Entre os 81 senadores, 41 se declararam favoráveis à abertura do processo. Esses, independentemente de posição ideológica, deixaram claro que não se curvam à pressão ou à intimidação e, principalmente, que não têm “rabo preso” com o Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deixou evidente que segue outro roteiro. Declarou que não levará adiante o pedido mesmo que todos os senadores — os 81 — assinassem em conjunto.
Tal postura não é apenas um desrespeito ao próprio regimento e à função constitucional do Senado como julgador de ministros do STF, mas também uma confissão de alinhamento automático, quase servil, ao Supremo.
No fim, a votação não aconteceu oficialmente, mas a lista dos 41 já está registrada na memória política do país. Eles mostraram que a independência entre os Poderes não é apenas discurso — é prática.
Já Alcolumbre, ao enterrar a possibilidade de debate, confirma que a presidência do Senado está mais preocupada em preservar laços com o "sistema" do que em cumprir seu papel perante a Constituição e os eleitores.
Blog do Bordignon
Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.
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