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A chapa certa para a direita derrotar Lula

Por Fabiano Bordignon
29/12/2025 - 11h54

A direita brasileira precisa, com urgência, rever suas estratégias políticas. A derrota de Jair Bolsonaro para Lula não pode ser atribuída apenas ao adversário ou ao famigerado sistema. Há uma parcela significativa de responsabilidade que recai sobre a própria direita, que, ao longo dos últimos anos, ajudou a ressuscitar politicamente um projeto que estava praticamente aniquilado.

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Antes da eleição presidencial, o PT vivia um de seus piores momentos históricos. O partido havia perdido espaço nas prefeituras, não conseguia renovar lideranças e enfrentava rejeição elevada. Lula, fora do poder, estava politicamente desgastado. Contudo, a insistência da direita em martelar diariamente o nome do petista — ainda que em tom negativo ao chamá-lo de padrão e tudo mais — acabou recolocando o petista no centro do debate nacional. E resultado todos conhecem.

Agora, a história ameaça se repetir, mas com novos erros. Sem debate interno, sem consulta a partidos aliados, sem reuniões com lideranças ou construção coletiva, o senador Flávio Bolsonaro anunciou nas redes sociais que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria chancelado seu nome como candidato. Vejo a posição, no mínimo, precipitada.

Flávio Bolsonaro, embora tenha trajetória parlamentar, ainda não reúne musculatura política e capital e articulação necessária para comandar o país em um cenário complexo como o atual. 

No entanto, isso não significa que, se eleito, não pudesse dar certo, mas eleições não se vencem apenas com sobrenome ou militância, mas, com estratégia, alianças e capacidade de diálogo.

Se a direita deseja, de fato, voltar ao comando do país e derrotar o atual desastroso governo do PT — precisa pensar de forma menos amadora. O nome que mais reúne condições objetivas é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Tarcísio demonstrou competência como ministro da Infraestrutura, entregou resultados concretos e, como governador do maior Estado do país, construiu uma imagem de gestor técnico, equilibrado e dialogável. Ele transita bem entre diferentes forças políticas, inclusive no centrão — um fator decisivo. É preciso pontuar a direita não vence uma eleição presidencial sem o apoio do centrão.

Além disso, uma chapa que tenha Michelle Bolsonaro como vice seria politicamente poderosa. Michelle agrega votos fundamentais do eleitorado evangélico, que ultrapassa 30 milhões de brasileiros, além de ter forte apelo entre mulheres. Sua imagem é carismática e tem baixa rejeição.

Se a direita insistir em decisões unilaterais, corre o risco de repetir os mesmos erros que a levaram à derrota. Aprender com o passado não é sinal de fraqueza, mas de maturidade. E, neste momento, maturidade é exatamente o que a direita brasileira mais precisa demonstrar.

Fabiano Bordignon

Blog do Bordignon

Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.

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