O anúncio de Carlos Bolsonaro como pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, feito por ele mesmo na última quarta-feira, 12 de novembro, não surpreende muita gente, inclusive dentro do próprio Partido Liberal (PL).
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O vereador carioca, que passou 25 anos na Câmara do Rio de Janeiro, decidiu trocar o reduto eleitoral onde construiu sua trajetória política por um estado em que o nome do ex-presidente Bolsonaro tem forte apelo, mas também enfrenta resistências quanto a vinda do vereador pra cá.
A movimentação nunca foi recebida com unanimidade. Deputadas como Ana Campagnolo e Caroline de Toni, além do senador Esperidião Amin, já se posicionaram contrários à entrada de Carlos na disputa, argumentando que ela pode dividir o campo da direita.
Outro ponto que merece mais lucidez é admitir que a base bolsonarista em Santa Catarina é ampla, mas também cheia de vaidades e disputas internas. O que Carlos faz, na prática, é testar até onde vai o peso do bolsonarismo como marca eleitoral, independentemente de laços locais.
É uma candidatura que desafia o establishment político catarinense e, ao mesmo tempo, coloca o eleitor conservador diante de um dilema. Vamos seguir o sobrenome ou valorizar os representantes “da casa”?
Se vai dar certo, ninguém sabe. Mas é fato que, com o apoio direto do pai, Carlos Bolsonaro entra no jogo com visibilidade nacional e a confiança de que Santa Catarina é, ainda, o porto mais seguro para o projeto político da família.
Blog do Bordignon
Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.
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