O Brasil de julho de 2025 navega por águas turbulentas, em meio a uma tempestade maciça de polarização, instabilidade econômica e descrédito institucional.
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O que se observa é um cenário político fragmentado, onde o diálogo se tornou uma raridade e a busca por consenso parece ter sido substituída pela incessante disputa por narrativas.
A polarização ideológica continua sendo a força motriz que divide o país. As trincheiras digitais se aprofundaram, e a capacidade de escuta e compreensão do "outro" foi drasticamente reduzida.
Partidos e movimentos, mais preocupados em afirmar suas próprias verdades do que a construção de um Brasil mais justo, contribuem para um ambiente de constante atrito.
O governo de Lula III persiste com um cenário econômico frágil. A inflação, embora sob algum controle, ainda pesa no bolso do cidadão e o desemprego se mantém em patamares preocupantes.
A incerteza quanto ao futuro da política fiscal e a falta de reformas estruturais mais robustas afastam investimentos e dificultam a retomada do crescimento.
A militância política da mais alta corte do país é possível em razão de uma composição formada por maioria de parlamentares no Congresso com rabo preso.
Ela se propaga porque grande parte dos senadores e deputados federais está em débitos com favores – muitos até criminosos – a alguns ministros da Suprema Corte.
Sem o freio que deveria ser acionado pelo Congresso Nacional, os mais famigerados ministros do STF – sabemos quem são – extravasam decisões monocráticas e muitas delas arbitrárias.
Obviamente, a culpa não se resume apenas a isso, mas certamente suas constantes decisões prepotentes não se perpetuariam com tanta predominância, se grande parte dos “nossos” parlamentares não tivessem fichas duvidosas.
Outra parte da verdade pode soar pesado, mas o eleitor é um contribuinte ativo para este cenário. Afinal, o poder desses legisladores muitas vezes os cativa para reelegê-los.
O momento político brasileiro exige mais do que meras críticas. Demanda ação, responsabilidade e um compromisso renovado com os princípios democráticos.
A tempestade é real, mas a capacidade de superá-la reside na união de esforços e na crença de que um futuro mais próspero e equitativo ainda é possível. O voto é a principal arma, mas, infelizmente, muitos ainda não sabem usá-la.
Blog do Bordignon
Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.
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