Pesquisadora da Embrapa é reconhecida mundialmente por tecnologias que reduzem o uso de químicos na lavoura e ajudam a combater as mudanças climáticas
A engenheira agrônoma e microbiologista brasileira Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, foi anunciada nesta quarta-feira, 15 de maio, como vencedora do World Food Prize 2025, conhecido como o “Nobel da Agricultura”.
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A premiação internacional reconhece suas quatro décadas de trabalho pioneiro no desenvolvimento de fertilizantes biológicos, que promovem uma agricultura mais sustentável e de baixo carbono.
Desde 1991, Mariangela atua na Embrapa, em Londrina (PR), onde liderou pesquisas com microrganismos como o Bradyrhizobium e o Azospirillum brasilense.
Essas bactérias beneficiam culturas como soja, milho, feijão e trigo, substituindo parcial ou totalmente o uso de fertilizantes nitrogenados, altamente poluentes e custosos.
Segundo dados da própria Embrapa, as tecnologias desenvolvidas pela pesquisadora evitaram, só em 2024, a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente e proporcionaram uma economia de cerca de US$ 25 bilhões ao agronegócio brasileiro.
Mariangela é a primeira mulher brasileira a receber o World Food Prize, juntando-se a nomes como Alysson Paolinelli e Edson Lobato, também premiados por suas contribuições à agricultura tropical.
Emocionada, ela afirmou: “É um reconhecimento que não é só meu, mas da ciência pública brasileira, da Embrapa e de todos que acreditam que é possível produzir alimentos com respeito ao planeta.”
A cerimônia oficial de entrega do prêmio será realizada em 23 de outubro de 2025, em Des Moines, capital de Iowa (EUA), sede da Fundação World Food Prize.
As inovações de Mariangela já impactam positivamente lavouras na América Latina e vêm sendo adotadas em países da África e da Ásia, demonstrando seu potencial global.
A conquista consolida o protagonismo da ciência brasileira no enfrentamento dos desafios da segurança alimentar e das mudanças climáticas.