Estatal registrou prejuízo de R$ 4,37 bilhões em 2025 e aposta em reestruturação profunda para recuperar equilíbrio financeiro
Os dois primeiros trimestres de 2025 fecharam com prejuízo acumulado de R$ 4,37 bilhões - Foto: Reprodução Os Correios anunciaram, nesta quarta-feira, 19 de novembro, um amplo Plano de Reestruturação para tentar reverter a grave crise financeira que atinge a estatal. As medidas incluem o fechamento de até mil agências deficitárias, um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e a contratação de um empréstimo bilionário para socorrer o caixa.
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De acordo com a direção da empresa, os dois primeiros trimestres de 2025 fecharam com prejuízo acumulado de R$ 4,37 bilhões, agravando uma sequência de resultados negativos registrada desde 2022.
Empréstimo de até R$ 20 bilhões
O plano prevê concluir, até o fim de novembro, a operação de crédito de até R$ 20 bilhões, obtida junto a bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional. Segundo os Correios, o recurso é “indispensável para a transição estrutural projetada”.
A operação está condicionada a metas de ajuste financeiro e reorganização interna.
Cortes, vendas e modernização
Entre as ações previstas no plano estão:
- Redução de até mil agências consideradas deficitárias;
- Venda de imóveis com potencial de arrecadar R$ 1,5 bilhão;
- Modernização do modelo operacional, com foco em tecnologia;
- Ampliação de serviços voltados ao e-commerce;
- Remodelagem dos custos com plano de saúde dos servidores;
- Programa de Demissão Voluntária (PDV);
- Possibilidade de fusões, aquisições ou reorganizações societárias para reforçar a competitividade.
As medidas foram elaboradas pela nova gestão do presidente Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o comando da estatal em setembro de 2025, substituindo Fabiano Silva dos Santos.
Correios defendem importância social
Em comunicado, a estatal ressaltou que a queda nas receitas tradicionais é um fenômeno global, mas reforçou seu papel essencial no país.
Segundo a nota, os Correios continuam sendo “o único operador capaz de atender todos os municípios brasileiros”, incluindo áreas remotas essenciais para a presença do Estado.
A empresa lembrou ainda serviços estratégicos sob sua responsabilidade, como a entrega de livros didáticos, o transporte das provas do Enem e a distribuição das urnas eletrônicas para as eleições.