Operação da Polícia Federal investiga desvio de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais na folha de aposentados e pensionistas
Alessandro Stefanutto foi afastado do cargo em abril, diante do escândalo de fraudes no INSS - Foto: Lula Marques O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, 13 de novembro, em nova fase da Operação Sem Desconto. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema bilionário de fraudes em descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas.
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A ação cumpre 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e outras medidas cautelares em 15 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O esquema teria causado um rombo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
De acordo com a Polícia Federal, os investigados podem responder por inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato previdenciário e lavagem de dinheiro.
Além de Stefanutto, a operação também teve como alvos o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o ex-ministro Ahmed Mohamed Oliveira (antigo José Carlos), que deverá usar tornozeleira eletrônica.
Quem é Alessandro Stefanutto
Stefanutto foi presidente do INSS entre julho de 2023 e abril de 2024, quando foi demitido após ser alvo da primeira fase da Operação Sem Desconto. Ele ingressou no órgão em 2000, atuando em São Paulo, e depois assumiu cargos de confiança na Procuradoria-Geral do INSS.
Entre 2011 e 2017, chefiou a Procuradoria-Federal Especializada junto ao INSS. Formado em Direito pela Universidade Mackenzie, Stefanutto possui pós-graduação em gestão de projetos, especialização em mediação e arbitragem pela FGV e dois mestrados — um em gestão e sistemas de seguridade social (Universidade de Alcalá, Espanha) e outro em direito internacional (Universidade de Lisboa).
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Stefanutto afirmou que a prisão é ilegal, sustentando que ele colabora com as investigações desde o início e não tenta obstruir o trabalho da Polícia Federal.