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Mais de 80,6 milhões de brasileiros estão inadimplentes e dívidas afetam qualidade de vida

Levantamentos da Serasa, CNDL e Febraban mostram recorde histórico de inadimplência e impactos diretos no bem-estar emocional e nos projetos pessoais

Por Redação, Portal 49
27/12/2025 - 08h10
Além do impacto financeiro, o endividamento tem efeitos profundos na vida pessoal - Foto: Reprodução

A inadimplência segue em alta no Brasil e já atinge mais de 80,6 milhões de pessoas, consolidando-se como um dos principais indicadores da fragilidade financeira dos lares brasileiros. Segundo o Mapa de Negociação e Inadimplência da Serasa, novembro marcou o 11º mês consecutivo de recorde histórico, refletindo um cenário de renda insuficiente, crédito caro e aumento do custo de vida.

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Somente em novembro, 173 mil brasileiros entraram na lista de inadimplentes, crescimento de 0,22% em relação a outubro. No acumulado de 2025, o país registrou 321 milhões de dívidas negativadas, que somam aproximadamente R$ 511 bilhões.

Além do impacto financeiro, o endividamento tem efeitos profundos na vida pessoal. Pesquisa da Serasa em parceria com o instituto Opinion Box revela que 96% dos endividados afirmam que a inadimplência impede a realização de projetos pessoais. Para nove em cada dez entrevistados, as dívidas afetam diretamente a autoestima, gerando sentimentos como vergonha, frustração e tristeza.

Na prática, 31% relatam não conseguir melhorar a qualidade de vida, 27% adiaram a compra ou troca de um veículo e 23% postergaram planos relacionados à moradia. “Quando a renda é absorvida pelas dívidas, não se ajusta apenas o orçamento, mas também a capacidade de planejar o futuro”, afirma Aline Maciel, diretora da Serasa.

Os dados também mostram que regularizar a situação financeira traz efeitos positivos imediatos. Entre os consumidores que conseguiram negociar ou quitar débitos, 82% se dizem mais otimistas quanto ao futuro financeiro. Plataformas de renegociação, como o Serasa Limpa Nome, ganharam destaque: somente em novembro, foram concedidos R$ 17,8 bilhões em descontos, com valor médio de acordo de R$ 689.

O perfil dos inadimplentes indica que o problema atinge principalmente pessoas entre 41 e 60 anos (35,4%), seguidas pelo grupo de 26 a 40 anos (33,4%). Jovens de 18 a 25 anos representam cerca de 11%, enquanto pessoas acima de 60 anos somam aproximadamente 20%.

Dados do Indicador de Inadimplência do Consumidor, da CNDL e SPC Brasil, reforçam o cenário. Em novembro de 2025, 72,96 milhões de adultos (43,74% da população maior de idade) apresentavam restrições no crédito, alta de 8,93% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A maioria das dívidas está concentrada no setor bancário, que responde por mais de 65% do total.

O endividamento também compromete o bem-estar emocional. Estudo da Febraban aponta que 77% dos endividados reconhecem impactos diretos na saúde emocional, nas relações familiares e na qualidade de vida. A preocupação constante com contas e juros elevados contribui para ansiedade, estresse e sensação de perda de controle financeiro.

Especialistas alertam que o uso recorrente de modalidades caras de crédito, como o rotativo do cartão e empréstimos pessoais, cria um ciclo difícil de romper. Com pouco acesso à educação financeira e juros elevados, milhões de brasileiros seguem presos ao chamado “efeito bola de neve”, tornando a inadimplência um dos maiores desafios econômicos e sociais do país.

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