Décadas antes da eleição do Papa Leão XIV, seu antecessor foi peça-chave na consolidação internacional do Império do Brasil e na escolha de seu primeiro padroeiro oficial
A eleição do Papa Leão XIV nesta quinta-feira, 08 de maio, traz à memória a atuação de um de seus antecessores mais influentes na história brasileira: o Papa Leão XII. Em janeiro de 1826, por meio da bula Præclara Portugalliæ et Algarbiorum Regnum, Leão XII reconheceu oficialmente a Independência do Brasil e Dom Pedro I como imperador, consolidando a legitimidade internacional do recém-criado Império.
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Na época, a Constituição brasileira de 1824 já havia declarado o catolicismo como religião oficial do Estado e conferido ao imperador o direito de intervir em assuntos eclesiásticos, conforme o conceito de Padroado Régio. No entanto, para que esse direito tivesse validade plena, era necessário o reconhecimento da Santa Sé — o que exigiu intensas negociações diplomáticas entre Brasil e Vaticano, culminando na aceitação papal após o reconhecimento da independência por outras nações.
Leão XII também teve papel marcante ao declarar São Pedro de Alcântara como padroeiro do Brasil, a pedido de Dom Pedro I. O santo, ligado à devoção da Família Real portuguesa, precedeu Nossa Senhora Aparecida nesse posto simbólico de proteção ao país.
Enquanto isso, o recém-eleito Papa Leão XIV, nascido nos Estados Unidos, representa um novo capítulo na liderança da Igreja Católica. Ligado à Ordem de Santo Agostinho e ao Papa Francisco, Leão XIV assume o pontificado com um histórico de atuação missionária e administrativa, trazendo à Igreja a experiência de anos dedicados à formação, governança e evangelização.