Operação Narco Vela cumpriu mandados em cinco estados brasileiros, incluindo Santa Catarina.
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (29), uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas que revelou uma rota criminosa entre o Brasil, a África e a Europa.
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Batizada de Operação Narco Vela, a ofensiva cumpriu mandados judiciais em cinco estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, onde foram expedidas 18 ordens judiciais em cidades como Florianópolis, Itajaí, Balneário Camboriú, São Francisco do Sul e Barra Velha.
O esquema passou a ser investigado em 2023, após a Marinha dos Estados Unidos apreender três toneladas de cocaína em uma embarcação brasileira próxima ao continente africano. Contudo, as autoridades acreditam que a organização criminosa operava desde 2022, ano em que a Guarda Civil Espanhola interceptou outras duas toneladas da droga.
Segundo a PF, o grupo utilizava lanchas e grandes embarcações, como veleiros e barcos de pesca, para driblar a fiscalização. O núcleo principal da operação estava na Baixada Santista (SP), responsável pelo armazenamento e transporte até alto-mar. Outro núcleo cuidava da aquisição da cocaína e negociação com traficantes estrangeiros, além da contratação de embarcações para travessias transatlânticas.
O esquema contou ainda com o envolvimento de um velejador experiente, que, segundo a PF, foi cooptado para fazer as travessias com a droga a partir do litoral brasileiro. O criminoso foi preso em 2023 e, em colaboração com as autoridades brasileiras e norte-americanas, revelou detalhes que permitiram a identificação da rede.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Pará. Os envolvidos devem responder por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e integração em organização criminosa.
A operação foi coordenada pela 5ª Vara Federal de Santos e teve apoio da DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos). Segundo a Polícia Federal, as investigações continuam para identificar possíveis ramificações do grupo criminoso em outros países.