Depoimentos divergentes reforçam mistério sobre maus-tratos
A Polícia Civil segue investigando a morte da bebê de 8 meses no Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba, após exames confirmarem que as lesões apresentadas eram compatíveis com maus-tratos e agressões físicas.
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Na manhã de quinta-feira, 21 de agosto, o padrasto foi interrogado pelos delegados responsáveis. A mãe já havia prestado depoimento na madrugada em que a ocorrência foi registrada e voltou a ser ouvida na tarde de ontem para complementar as informações.
De acordo com a delegada Fernanda Ghelen da Silva, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Campos Novos, os depoimentos da mãe e do padrasto apresentaram divergências sobre a rotina da casa e os cuidados com os filhos.
Cada um afirmou que o outro era responsável pelas crianças enquanto estavam fora para trabalhar. Ambos negaram ter presenciado agressões, tanto contra a bebê quanto contra o irmão dela, de 3 anos.
A Polícia Civil informou que diligências estão em andamento para confirmar qual das versões corresponde à realidade. A delegada destacou que mantém contato direto com o médico legista para reunir informações que possam agilizar a conclusão do inquérito.
O laudo cadavérico, em elaboração pela Polícia Científica, é considerado peça-chave no caso. Exames preliminares já apontaram fraturas antigas e recentes em costelas, fêmur e braço, além de uma lesão pulmonar.
O documento também revelou fraturas em diferentes estágios de consolidação, reforçando a suspeita de violência repetida ao longo do tempo.
A bebê foi internada na madrugada de quarta-feira, 20 de agosto em estado grave, após ser levada pela mãe à UPA de Herval d’Oeste com febre e dificuldade para respirar. Durante a avaliação, os profissionais de saúde constataram sinais de agressão e a encaminharam ao hospital, onde não resistiu aos ferimentos.
A mãe, de 21 anos, e o padrasto, de 23, foram liberados após prestarem depoimento. O inquérito segue em andamento.