Operação investiga esquema de desvios de recursos público
A manhã desta terça-feira, 08 de julho, começou com movimentação intensa no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), em Brasília.
:: Quer receber notícias, gratuitamente, por WhatsApp? Acesse aqui
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no Anexo IV da Câmara dos Deputados, além da residência oficial do parlamentar na capital federal e em imóveis no Ceará, seu estado de origem.
A ação faz parte da Operação Underhand, deflagrada com autorização do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é apurar um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, por meio de fraudes em licitações e contratos.
Ao todo, foram 15 mandados cumpridos em cidades como Fortaleza, Brasília, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. A investigação contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo a PF, o grupo investigado teria direcionado verbas públicas a municípios cearenses, com contrapartidas ilícitas e influência em processos licitatórios por meio de empresas ligadas ao núcleo criminoso.
Além das buscas, foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de investigados, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, com o intuito de impedir movimentações e garantir recursos para possível reparação aos cofres públicos.
As condutas apuradas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.
A assessoria de imprensa de Júnior Mano informou que deve divulgar uma nota oficial em breve. O espaço permanece aberto para manifestação.
Operações em gabinetes acirram tensão entre Poderes
Operações da PF em gabinetes de deputados não são inéditas e costumam aumentar o clima de tensão entre o Legislativo e o Judiciário. Casos recentes, como os envolvendo Carlos Jordy e Alexandre Ramagem (ambos do PL-RJ), também geraram forte repercussão. Os dois parlamentares foram alvos de investigações com autorização do STF, ligadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Como determina o protocolo, qualquer ação dentro das dependências da Câmara precisa ser comunicada previamente e acompanhada pela Polícia Legislativa, responsável pela segurança interna da Casa.