Rogério Correia (PT-MG) aponta risco de fuga e diz que ex-presidente pode pedir asilo político nos EUA
Correia alega risco de fuga e menciona a possibilidade de Bolsonaro tentar um pedido de asilo político nos Estados Unidos - Foto: Reprodução O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou, nesta quinta-feira, 10 de julho, um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Correia alega risco de fuga e menciona a possibilidade de Bolsonaro tentar um pedido de asilo político nos Estados Unidos, especialmente após uma carta enviada por Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na carta, divulgada na quarta-feira, 09 de julho, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e afirmou que Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” no Brasil. O ex-presidente norte-americano criticou os julgamentos conduzidos pelo STF e acusou a Justiça brasileira de censurar plataformas de mídia social dos Estados Unidos.
“Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump.
Bolsonaro é réu por tentativa de golpe
Bolsonaro é réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado e, segundo Correia, há “inúmeras provas de crime contra a ordem democrática”, além de indícios que justificariam sua prisão. O parlamentar argumenta que a manifestação de Trump pode servir de base para um eventual pedido de refúgio político nos EUA, ainda que o passaporte de Bolsonaro esteja apreendido desde fevereiro de 2024.
O ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações contra Bolsonaro, ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão, e não há previsão de decisão judicial.
Eduardo Bolsonaro e Zambelli também são citados
Correia também mencionou os nomes dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) como parte da preocupação com o plano de fuga. Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro e é investigado por obstrução de Justiça, coação e tentativa de influenciar o governo Trump contra instituições brasileiras. O inquérito sobre sua atuação foi prorrogado por mais 60 dias a pedido da Polícia Federal.
Zambelli, por sua vez, está foragida na Itália, onde tem cidadania. Condenada pelo STF a 10 anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ela foi inserida na lista de procurados da Interpol em junho.
Pedido de cassação
O Partido dos Trabalhadores (PT) também denunciou Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética da Câmara, pedindo a cassação do mandato. O motivo seria uma nota e vídeo em que ele admite articulações com o governo Trump.
“A carta do presidente dos Estados Unidos apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando”, declarou Eduardo em vídeo.
O caso agora está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que deverá decidir se o cenário justifica ou não a prisão preventiva de Jair Bolsonaro diante dos novos elementos apresentados.
