Donald Trump denunciou as acusações contra Jair Bolsonaro como perseguição política e disse que acompanhará o processo “de perto”
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 07 de julho, que as autoridades brasileiras vêm conduzindo uma “caça às bruxas” contra seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de tentativa de golpe em 2023.
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Em postagem na rede social Truth Social, Trump afirmou: “O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento ao ex‑presidente Jair Bolsonaro… eles não fazem nada além de persegui‑lo, dia após dia… ano após ano!”
O republicano sugeriu que Bolsonaro deveria ser julgado nas urnas, não nos tribunais, argumentando que “a única punição legítima é feita pelos eleitores do Brasil”, e finalizou com um apelo em caixa alta: “LEAVE BOLSONARO ALONE!”
Repercussões no Brasil
Em resposta à intervenção pública de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva replicou, de forma indireta, que “a defesa da democracia no Brasil é um tema para os brasileiros” e ressaltou que o país é soberano, com instituições “sólidas e independentes”.
Nos corredores do Palácio do Planalto, a orientação foi clara: diplomacia sim, mas interferência externa, não. Internacionalistas reforçam que a autonomia do Judiciário é inegociável.
O caso no STF
Bolsonaro responde a acusações de integrar uma organização criminosa armada e de planejar um golpe que culminaria na suspensão do Estado Democrático de Direito – acusações baseadas em investigações da Polícia e da Procuradoria. Em março, a Primeira Turma do STF acolheu denúncia da PGR, abrindo caminho para a fase de instrução do processo.
O ex-presidente nega participação em qualquer golpe e defende que sua única culpa foi “lutar pelo povo”.
Contexto internacional
Esse episódio reforça as tensões entre grupos conservadores globais e o fortalecimento de instituições democráticas. O apoio vocal de Trump a Bolsonaro ecoa estratégias similares usadas para criticar processos judiciais contra aliados, e com isso, acende debates sobre limites entre diplomacia, soberania nacional e interferência externa.
Quanto ao futuro, especialistas apontam que o julgamento seguirá seu curso no STF, enquanto a repercussão internacional adiciona pressão política, mas dificilmente alterará os prazos judiciais.