Um caso trágico mobiliza as autoridades em Ibirama, no Vale do Itajaí
A indígena e técnica de enfermagem Márcia Vie-Tcha Teie, de 34 anos, morreu após uma cirurgia de vesícula, quatro meses depois do procedimento. O marido, da Aldeia Bugio, acredita que uma gaze foi esquecida dentro dela durante a operação e alega erro médico.
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Um exame, ao qual a reportagem teve acesso nesta quinta-feira, 18 de abril, indica a presença de um "corpo estranho" provocando uma obstrução gástrica na paciente. A técnica morreu no domingo, 14 de abril.
Em nota, o Hospital Doutor Waldomiro Colautti, onde o procedimento foi realizado, lamentou a morte, porém informou que não pode se manifestar sobre casos atendidos na unidade. O Ministério Público Federal afirma que vai abrir uma notícia de fato para apurar a situação.
Segundo o marido da paciente, Acir Priprá, a equipe descobriu uma lesão no fígado durante a cirurgia, em 12 de dezembro de 2023, e parte do órgão precisou ser retirada. Cerca de duas semanas depois, já em casa, a mulher começou a relatar dores na barriga e voltou a procurar atendimento.
Nas idas à unidade, ele conta, os profissionais diziam que ela tinha inchaço e íngua por causa do procedimento, e Márcia voltava para casa com analgésico.
O marido conta que, cansado de vê-la sofrer, a levou até um pronto socorro em José Boiteux, onde a família morava, e a equipe de lá solicitou ultrassonografia e endoscopia.
O exame feito em 19 de março constatou um “corpo estranho” provocando uma obstrução gástrica (imagem abaixo). No mesmo dia, ela foi internada.
A morte ocorreu 26 dias depois, no próprio hospital, após ser encaminhada à UTI. O marido relatou que o corpo estranho provocou uma série de problemas, inclusive um quadro de infecção generalizada. Ela perdeu partes do estômago e do intestino, de acordo com relato dele.