Estratégia de asfixia financeira das facções dobrou o volume de ativos sequestrados em 2025 e foi apresentada ao Senado durante a CPI do Crime Organizado
Comitiva de Santa Catarina, liderada por Jorginho Mello, na CPI do Crime Organizado Foto: Geraldo Magela Santa Catarina bloqueou R$ 4,5 bilhões em bens e valores ligados ao crime organizado nos últimos três anos. Os números foram apresentados pelo delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, durante a sessão da CPI do Crime Organizado realizada na quarta-feira, 17 de dezembro, no Senado Federal.
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De acordo com o delegado, desde o início do mandato do governador Jorginho Mello (PL) houve uma mudança estratégica na política de segurança pública do estado. O foco deixou de ser apenas a prisão de integrantes de facções criminosas e passou a priorizar a desarticulação financeira das organizações.
“Quebrar as facções implica em tirar o patrimônio delas. Quando o CEO de uma empresa sai, outro assume e a empresa continua”, comparou Ulisses Gabriel, ao defender a importância de atingir o caixa do crime organizado.
Os dados apresentados mostram uma evolução significativa nos bloqueios de ativos. Em 2023, foram sequestrados R$ 1,1 bilhão; em 2024, o valor se manteve em R$ 1,1 bilhão; e em 2025, o montante dobrou, chegando a R$ 2,2 bilhões. Somados, os bloqueios alcançam R$ 4,5 bilhões.
Segundo o delegado-geral, os resultados são reflexo do fortalecimento da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro, da melhoria dos métodos de apuração e do aumento da expertise das equipes policiais. As ações resultaram no sequestro de veículos, embarcações e imóveis utilizados pelas organizações criminosas.
Comitiva de SC apresenta estratégias na CPI
Além do delegado-geral, representantes do Governo de Santa Catarina também participaram da CPI do Crime Organizado para detalhar as estratégias que sustentam a posição do estado como um dos mais seguros do país. A apresentação destacou a integração entre as forças de segurança e a adoção de ações transversais, como projetos de reintegração social e medidas preventivas ligadas à educação.
Entre os depoentes estiveram o governador Jorginho Mello (PL), o secretário de Segurança Pública, Flávio Rogério Pereira Graff, e a secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva. O modelo integrado foi apontado como um diferencial catarinense, capaz de agilizar decisões e ampliar a efetividade no combate ao crime organizado.