Estado acompanha tendência nacional, com destaque para Itajaí e setor agroindustrial
Santa Catarina apresentou um aumento de 267% no número de processos relacionados à Síndrome de Burnout entre os anos de 2015 e 2024, conforme levantamento inédito da Predictus, maior banco de dados judiciais do Brasil.
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Embora o crescimento acompanhe a tendência nacional, o estado permanece abaixo da média brasileira, que foi de 311% no mesmo período.
Ao todo, 198 ações judiciais envolvendo a síndrome foram registradas em SC, o que representa 1,47% dos casos do país, colocando o estado na 10ª posição no ranking nacional. Em 2015, foram apenas nove processos; já em 2023, houve um pico de 50 ações.
Em 2024, os casos caíram para 33, e em 2025, até o momento, foi registrado apenas um processo — o que pode sinalizar uma estabilização no cenário pós-pandemia de Covid-19.
Entre os setores mais afetados, o abate de aves lidera com 16,2% dos casos. A maioria das ações envolve grandes empresas (67,7%), geralmente com cerca de 30,6 anos de atuação, número inferior à média nacional, que é de 41,6 anos.
O município de Itajaí lidera com 43 casos, seguido por Florianópolis (40) e Joinville (20). Apesar do número crescente de processos, as indenizações em Santa Catarina são em média 66,1% inferiores às do restante do país: cerca de R$ 15,6 mil contra R$ 46,1 mil da média nacional.
Além disso, a culpa reconhecida das empresas em SC é de 33,8%, também abaixo da média brasileira, de 39,4%.
Segundo Hendrik Eichler, fundador da Predictus, os dados, embora menores em termos absolutos, são um alerta importante para o ambiente de trabalho, principalmente no setor agroindustrial e em corporações em fase de crescimento acelerado.
“A tendência de queda observada em 2025, se confirmada, pode indicar uma saída gradual da fase mais aguda da epidemia de Burnout”, afirma Eichler.
A Síndrome de Burnout é caracterizada por exaustão extrema, estresse crônico e esgotamento físico, resultantes de ambientes de trabalho altamente desgastantes. É comum em profissões com alta responsabilidade e pressão, como médicos, jornalistas, professores e policiais.